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Cronicas-->LAVORANDO EMOCOES -- 14/04/2002 - 15:33 (Carmen G.Scherer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LAVORANDO EMOÇÕES
A qualidade dos filmes nacionais está surpreendendo os apaixonados pela sétima arte. O tradicional clichê das pornochanchadas está saindo de cena para dar lugar a produções de maior qualidade, merecedoras do reconhecimento da crítica internacional. Enquadro nessa relação o longa metragem "Lavoura Arcaica" de Luiz Fernando Carvalho, recentemente exibido nas salas de cinema da Santinha. Foram quase três horas de pura emoção, beleza de fotografia em movimentos ora lentos e suaves, ora rápidos e angustiantes; trilha sonora marcada por instrumentos da música erudita com características de brasilidade; atuação magnífica de atores importados do teatro e da TV; sutileza das imagens metafóricas elaboradas com maestria na abordagem delicada e bastante polêmica: o amor incestuoso de uma irmão pela irmã. Seria audácia tentar colocar "Lavoura Arcaica" como um marco divisor da cinematografia brasileira , o antes e o depois dessa colheita de sucesso ?
Como ficar indiferente ao desenrolar de toda trama, cuja conotação remota faz emergir a parábola do filho pródigo, num jogo de linguagem marcante, cenas fortes, somadas ao rigor e à austeridade das relações familiares, simples e sofridas. A história de um adolescente, enfermo pela obsessão pecaminosa de um amor proibido, que sai de casa para fugir de sua própria demência-lasciva que nào o deixa viver em paz. Culpa, castigo, remorso, perdão semeados e colhidos com sacrifício e dor. O difícil choque das gerações com suas diferenças, paixões e incompreensões. A humildade e a soberba enfrentando-se frente a frente, a libido brotando à flor da pele, os desejos trancafiados a sete chaves, os protestos e abstenções em quartos escuros, cegos, surdos e mudos. Algumas vezes as sequências na tela maior tornam-se cansativas e pesadas, repetitivas quem sabe, mas logo em seguida são superadas por novas alegorias, destacando -se a beleza e sensualidade do pivó da história, que numa interpretação magnífica, dança com destreza e selvagem elegància. Quantas vezes ficamos presos ao magnetismo de algumas cenas no cinema !
Para quem não viu o filme, recomendo-o na próxima oportunidade. Para quem se liga em literatura, resta a opção do homónimo de Raduan Nassar, que já está na terceira edição, mas teve estréia em 1975. A leitura reserva inúmeras surpresas, talvez maiores do que ao assistir ao filme. Você ficará sem fólego com a narrativa, especialmente ao ler capítulos inteiros de um parágrafo só. Haja coração para tanta emoção.
Carmen@gaz.com.br
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