A lua cheia andava sobre o rio daquela cidade e da janela espreitada com silêncio dos meus olhos, navegava pelos cantos sotunos daquela rua com a preamar. Enquanto a brisa maviosa dosava o seu beijo cálido na face singela da flor do vaso e das tão pequenas meninas. Diria em outros tempos crianças, mas que hoje já não esperam da vida, presentes, tão pouco um colo quentinho, com estorinhas de uma boca materna. Vivem a vida perambulando pela miséria, atropelando os seus defeitos, facultando os nossos erros, encriminando a nossa história e responsabilizando quem nunca há de se preocupar com o passar das horas.
Em tempos de natal, velas a mesa iluminam a fartura; sorrisos ao vento dão buzão de que a desgraça está sempre afastada,ao passo de que, aquelas pequenas, tácitunas, vilipendiam o orgulho e vendem o corpo por nada.
Deitam em qualquer calçada, pra satisfazer o pai de outras filhas; o filho de outros irmãos, o branco , o negro, o homem... O animal dessa nação.
O animal que macula os seus valores, que compra os seus prazeres e que as coloca na vereda da porta que dá pro abismo profundo,
Profano;
Talvez insano.
Enquanto sob a lareira, numa sala toda enfeitada, pessoas, pessoa e liberdade vexada, senhora e senhores... Penso não ter nada haver com nada. Que já fiz a minha estrada e agora vou viver essa taba.
Bebo o vinho e beijo as bocas;
Como o pão e contente com os meus filhos ao redor, encho a pança dizendo graças a Deus, apertando as mãos, só dos convidados.
Feliz natal! diz-se assim.
Fecundo a hipocresia, alhiada ao egoísmo pra fantasiar o carnaval.
É meia noite, Feliz Natal!
Põe a música no ar!
Deus é pra mim,
O vil metal ... E o diabo para os outros.