Usina de Letras
Usina de Letras
87 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63309 )
Cartas ( 21350)
Contos (13303)
Cordel (10362)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10705)
Erótico (13595)
Frases (51839)
Humor (20195)
Infantil (5625)
Infanto Juvenil (4962)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141339)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6366)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Somos um povo livre? -- 12/01/2002 - 21:02 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SOMOS UM POVO LIVRE ?

As emissoras de rádio e de televisão antecipavam o confronto. As notícias davam conta do exército esperado. Ouviam-se os primeiros acordes incentivando a população de jovens de todas as idades para comparecerem ao campo de concentração. Civis e militares foram convocados. Aquartelados, os pequenos soldados se preparavam em meio a um oceano louro de cervejas e outros líquidos e tantos outros sólidos, durante o pequeno intervalo concedido, nesta ocasiões, para relaxar antes de partirem para o embate definitivo. Soldados rasos, sem farda e soldados à caráter, inclusive armados. Bem armados. De cães e cacetetes. Os hospitais reforçaram os plantões. A polícia, o corpo de bombeiros e a defesa civil foram acionados. Seguranças e inseguranças por toda a parte. Já se fazia sentir o aumento da demanda por material estratégico: gesso, mercúrio cromo e éter, entre outros afins. Fraturas, sangue e curativos, na lista de primeiras necessidades. Tudo preparado. Todos se preparando. Começou mais uma festa de carnaval fora de época. Em qualquer cidade deste país. É sempre a mesma coisa. Mais uma festa popular. Mais um dia de cão. Visto por um lado.Do outro lado, ao som de bandas baianas de todos os ritmos e cores, e de cheiros e de corpos saltitantes. A guerra começara. E parecia já ter acabado. Poeira, suor e lágrimas. Sorrisos. Alegria geral. Harmonia e desarmonia. O corpo a corpo era a tónica da festa. Ninguém falava nada. Ninguém ouvia nada. Empurrões, socos e pontapés. Porrada. Desespero e covardia. Loucura. Incompreensão. Desorganização. Nada ficou no lugar. Apenas eu e o bloco de lixeiros, no outro dia, os únicos que realmente aproveitaram o lixo da festa. Eles, trabalhando. Eu, olhando e refletindo. Em nome de que? Da Liberdade? De qual liberdade estão falando?

Domingos Oliveira Medeiros
12 de janeiro de 2002
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui