Todo os finais de ano são iguais. Entra ano e sai ano e lá estamos nós novamente, nos preparando para mais um final de ano. Com algumas mudancinhas, mas sempre mantendo a mesma essência.
Primeiro a televisão, que começa a preparar os seus especiais de final de ano. Desenhos comoventes, filmes clássicos como A Rena do Nariz Vermelha (que sempre o SBT passa e bate o carimbo na tela de "pela 1ª vez na televisão"). A rede Globo por sua vez, prepara o seus especiais. Roberto Carlos não pode faltar, além de outros artistas globais que sempre tem um programa especial de Natal, especial de ano novo e assim vai.
Não podemos esquecer do Revelión do Faustão e do Gugu, que ficam disputando pontos no IBOPE, até na hora da virada de ano (pelo amor de Deus!!). E para ganhar audiência, os programas todos os anos trazem videntes, cartomantes, ciganos, tarólogos... Que sempre prevêem as mesmas coisas - um artista famoso irá morrer no ano de 2002. O Corinthians será campeão paulista e o Vasco será campeão brasileiro. Porque no ano passado ninguém previu que o Atlético Paranaense seria campeão brasileiro este ano, hein?
Sem contar que todo final de ano, as televisões e as rádios criam aquelas "vinhetas" com músicas e clips para o final de ano, onde sempre mostram um monte de pessoas de branco, se confraternizando e tomando champanhe (champanhe só se a bebida for da cidade de Champanhe na França, caso contrário é "espumante" que se fala - isso conforme informação do meu cunhado).
Tem também os programas de retrospectiva do ano, que por sinal, neste ano nem precisamos comentar quem será o ator principal deste tipo de programa, não é? Osama bin Laden com o "oscar" de melhor ator, o ministro Cavallo da Argentina e o Presidente Bush dos Estados Unidos, como melhores atores coadjuvantes. O prêmio de melhor atriz, acho que não teve. Talvez para a prefeita Marta Suplicy, que largou o senador Brasileiro Eduardo Suplicy, para ficar com um gringo da Mercosul.
Deixando um pouco os programas de televisão de lado, tem também o lado família e pessoal, que sofrem algumas modificações com as rotinas de final de ano.
Todo final de ano - lembrando que trata-se de rotinas de pessoas de classe média para baixo - é aquela correria para comprar os presentes de Natal. Não sei o porque todos deixam para comprar o presente na véspera do Natal. Eu, por exemplo, fui um dos que foram comprar os presentes para meus amigos e parentes no dia 24 de dezembro e me deparei com lojas lotadas, com as prateleiras todas bagunçadas, para no final acabar não comprando tudo que desejava. Ai, a gente fica "puto" da vida e promete, jura, anota na agenda que no próximo Natal, o erro de ir no último dia atrás de presentes não irá mais repetir, mas chega o outro Natal e acontece tudo de novo.
Mas nós brasileiros somos assim. Não sei como são os outros povos, mas fazemos de tudo para aproveitar o nosso tempo, ou para descansar ou para se divertir e principalmente para trabalhar, e assim vamos deixando as responsabilidades que podem ser adiadas para depois e somente vamos executá-las quando quase não dá mais tempo. Porém, o importante é que somos um povo feliz, que apesar das dificuldades do país (que não está igual a Argentina, mas também não está na boa), das guerras que virarão notícias nas retrospectivas, das previsões praticamente lógicas e da 22ª reprise do filme "A Rena do Nariz Vermelho", temos mais um ano pela frente, e pelo 22ºano consecutivo desejo à todos, um Feliz 2002, com muita paz e alegria e que o Dalai-Lama seja o principal ator da Retrospectiva do ano 2002.