VAI CHEGANDO O NATAL
(Primeiro do século XXI) Roberto Corrêa
Em jornal semanário, há necessidade de se escrever com certa antecedência. Daí a razão do título. Todavia, quando este texto chegar à s mãos do leitor, estaremos praticamente em cima do dia da festa natalina. As considerações a fazer, como o tempo, são variáveis e muitas vezes imprevisíveis. Desde a época de Machado de Assis que versejou "mudou o Natal ou mudei eu " , as variações têm sido constantes e isso observamos em todos os natais do século que passou. A festa é das mais belas, repleta de ternura celestial e coincidentemente é dedicada a infància, que congrega as crianças, as criaturas mais estupendas do universo, conforme salientou Cristo em uma de suas mensagens: tornai-vos inocentes como as crianças para merecerdes entrar no Reino dos Céus.
Este primeiro ano do século XXI vai trazendo surpresas carregadas de mistério, pois o país tido como o mais importante e adiantado do mundo sofre abalos estruturais e ingressa numa guerra estranha , pois o inimigo é uma palavra abstrata chamada Terror. E por ser estranha e abstrata o seu povo deixa de ser o mesmo e apavorado ante inimigos que podem aparecer sabe lá de onde, terá de reformular boa parte dos seus hábitos e costumes. E o mundo todo se espanta com essa imprevisível situação, principalmente nós brasileiros, cultuadores do americanismo cinematográfico, pleno de vitórias, prazeres e riquezas !
Os últimos natais carregados de apelo consumista, com papais noéis até femininos, precisam ser repensados, pois a destruição das torres de Manhattan e de parte do Pentágono, pelos fanáticos do Terror, parece dar a entender que fantasias e futilidades, precisam ser postergadas a favor de realidades e grandiosidades. O real senso do Cristianismo precisa imperar ou seja, a religião do verdadeiro Deus, criador de todo o universo, deve ser cultuada nos moldes da tradição, isto é de acordo com as normas da Igreja, detentora das chaves do Reino. Necessitamos, no Natal, evocar o nascimento de Jesus, Deus e salvador e nessa liturgia tão fundamental, traçar os caminhos seguros para viver aqui na terra.
Quer-me parecer que os trágicos acontecimentos deste primeiro ano de século e milênio trazem significativos informes para o reexame das rotas a serem seguidas, pois as anteriores, evidentemente, deviam estar erradas E o Natal , ao que parece, precisa ser focalizado pelo seu àngulo verdadeiro. O Natal não pode continuar sendo uma data de festividades predominantemente profanas, com abundància de presentes e de comilanças. Jesus no presépio, na impressionante simplicidade e bucolismo narrados, descritos e perenizados, em pinturas e esculturas, deve ser invocado para que nos conceda a graça da fé ilimitada, ardente e que nos infunda, outrossim, a paz tão urgentemente necessária e desejada.
Que venham as graças divinas, não obstante as nossas preces sejam imperfeitas e precárias.