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Cronicas-->Valeu a pena Romário ? -- 09/12/2001 - 12:28 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie

Crónica: "Valeu a pena Romário?"

Grande mestre Armando Nogueira. Sou um fã declarado de seus textos e Cronicas, que me encantam pelas suas belas palavras, que transformam uma pequena crónica esportiva, em páginas de livros de romance, graças ao seu grande amor pelo esporte.

No dia de hoje, 07 de novembro de 2001, eu estava navegando pela internet vendo algumas de suas Cronicas nos arquivos do Jornal Estado de São Paulo e vi uma que me chamou atenção. O texto era mais ou menos assim.

26 de julho de 1998.

(...) Talento não falta a um jogador que flerta com o 1,70m de altura e ganha de zagueiros com tamanho de pivó na área adversária. Não vê-lo em campo frustra o torcedor. Logo na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, que começou ontem com Vasco e Corinthians, é pior ainda. Tudo porque no caminho de Romário existe um rival cada vez mais difícil de superar: o problema muscular.
As dores na panturrilha (que as ruas chamam de batata da perna) vão e voltam com a mesma assiduidade que Romário colocava as bolas dentro do gol. Tudo começou naquela tarde de maio em Friburgo. Era o homem errado no lugar errado. Daquele dia até hoje, o que mais Romário fez foi pedalar. Na véspera do seu corte, quando ao lado de Dunga concedeu uma entrevista coletiva no Chàteau de Grande Romaine, enquanto o time se preparava para o amistoso com o Athletic Bilbao, ele dizia que já estava pronto para disputar a Volta da França de tanto que tinha pedalado.
Numa manhã chuvosa e fria - o que era comum - do circuito Lésigny, Ozoir, Portault Combault e Bussy Saint George, Romário soube que não habitaria mais um dos quartos do Chàteau. Teve choro, preocupação e um comentário feito por Zico, coordenador-técnico da seleção, que o tempo se encarrega de atualizar. "Problema na panturrilha é a pior coisa que um jogador pode ter", disse o craque, recordando o drama que ele e outros viveram.
Existe um ar de preocupação e uma pergunta, às vezes com a velocidade de um carro de Fórmula 1 e outras de uma caminhonete de frete, passa pela cabeça do atacante: será que não está na hora de parar? Por enquanto é idéia que o olhar otimista de quem sempre conseguiu se impor na base da luta não deixa germinar. Mas assim como o tenor percebe que o agudo não é mais tão cristalino, Romário sente que o tempo resolveu chamá-lo para um duelo. O obriga a fazer mais esforço do que o normal; determina que a passada pelo Departamento Médico seja obrigatória; impõe que sempre faça alongamentos e tenha conversas com o fisioterapeuta.
Resta saber até quando um homem que ao olhar para trás pode bater nos pés e dizer eu venci, vai ter paciência para suportar perguntas do tipo "quando você volta?"; frases como "é melhor esperar mais uma semana" e olhar o placar eletrónico dos estádios sem o seu nome. Será que vale a pena? (...)

Três anos, três meses e alguns dias se passaram, desde que esta crónica foi publicada. E onde está o baixinho talentoso que assombrou os times adversários pelos campos do mundo ? Onde está aquele baixinho que deu um show de habilidade, velocidade e oportunismo na terra do Tio Sam ?

Claro que a habilidade e a velocidade já não são mais a mesma, porém continua mostrando o seu oportunismo pelo time do Vasco da Gama. Artilheiro do campeonato brasileiro, com 16 gols, desbancando artilheiros consagrados com idades menos avançada, o baixinho parece não ter mais limites. No último clássico com o Fluminense, mesmo contundido continuou em campo e um vacilo da defesa tricolor foi fatal. Romário não perdoou e decidiu mais uma vez.

No final de semana, ele deu mais uma aula de oportunismo. Fez três gols no jogo contra a Portuguesa, comandando uma reação que quase terminou em virada, pois o Vasco perdia por 4 a 1 e o jogo encerrou-se em 5 a 4 para o time lusitano.

Confesso que assim como Armando Nogueira, desejei que Romário parasse de jogar quando foi cortado da seleção em 1998, não queria que sua carreira fosse lembrada pelos gols perdidos ou por um longo período de jejum de gols, mas sim pelos seus gols mágicos e antológicos. Porém do jeito que a bola vem rolando, acredito que Romário estará entre os convocados para a Copa de 2002 (se continuar como está hoje, será inevitável não convocá-lo), e Ronaldinho, o seu sucessor natural, irá ficar de molho, pois sempre que tenta voltar a jogar, contunde-se de novo.

Romário demonstrou ao longo de sua carreira que tamanho não é documento, fazendo diversos gols entre zagueiros gigantes que tentaram lhe marcar e agora vem provando, graças ao seu oportunismo, que idade também não é documento para quem joga futebol, pois o que vale é bola na rede, o que já dispensa qualquer comentário.

E então Romário? Será que valeu a pena continuar jogando até hoje? Para você eu não sei, mas para tantos como eu, que apreciam o seu futebol arte, com certeza valeram por 10 anos! Acredito que nunca aparecerá outros Pelés e Garrinchas, e por isso vou aproveitando enquanto ainda existe um Romário.

Te vejo na Copa do Mundo no Japão !!!
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