Estou empacada em várias Cronicas. Algumas só têm o começo e outras a idéia do final. Não consigo colocar no papel uma sequência digna de ser publicada.
Esse tipo de coisa acontece muito comigo. Ás vezes passo dias sem colocar nada no papel. E pareço sufocar com o tempo. Dia desses comecei uma crónica sobre Internet. Parei no meio. Ontem foi sobre programas na tv. Está inacabada em meu arquivo.
Hoje estou com vontade de escrever sobre Joaquin Sabina, o cantor argentino que gosto muito. Poderia até escrever sobre a dificuldade em achar Cds de Sabina no Brasil. Penso que isso não interessaria a ninguém. Talvez não seja má idéia contar como são lindas suas poesias, recitadas antes das músicas. Porém, não traduzi nenhuma delas.
Pareço estar dentro do livro Auto da Compadecida, onde um dos personagens fica sem inspiração e solta o verbo. "A fonte secou. Nem uma gota de pensamento, nem um clarão de entendimento. Estou como um quarto sem portas e para onde é que me vire, dou com as ventas na parede". Essas palavras traduzem exatamente como me sinto. Porque encaixar palavras não é coisa fácil! Requer tempo e disposição. Na verdade nem sei se escrevo bem, só escrevo. Deixo minhas idéias no papel ou no computador, de forma que essas traduzam meus sentimentos. Estou mudando de assunto novamente, eu sei...
Poderia contar sobre o calor que está fazendo na minha casa. Que o ar-condicionado não está dando vazão e que minha conta de luz vai aumentar. Tenho certeza que esse tipo de assunto não interessaria nem aos meus móveis de casa.
Por isso e por tudo, não escreverei mais. Vou dormir ou ficarei aqui, lendo Cronicas melhores que as minhas. E quem sabe amanhã eu acorde com vontade de relatar a vida. Até lá, continuo "um quarto sem porta".