Sempre se ouviu dizer que, de tanto pensar morreu um burro. Jamais entendera esse ditado, frequentemente repetido. Todavia, nas minhas leituras filosóficas-religiosas, deparei com a história do burro de Buridan ou Buridão que tornou clara as razões do provérbio. O burro de Buridan - morto de fome e de sede -, foi posto à mesma distància de um monte de aveia ou de feno e de um balde d´água. Teria morrido, pois , como animal irracional ficou pensando (?), indeciso : comeria primeiro a aveia ou beberia primeiro a água ?
Talvez inspirado nessa mesma historieta tenha nascido o provérbio chinês de que mais vale a má decisão do que a indecisão. De qualquer forma, porém, motivou-me a abordagem do tema o fato oposto de que , nos dias atuais, ninguém morre de tanto pensar, muito menos o pobre do burro. Aliás, parece que na atualidade, os pensamentos se encontram todos enlatados, descartáveis a qualquer momento, e se encontram sob multifárias embalagens nos shoppings da vida. Tudo, tudo pode ser encontrado em cedês, cedês-rooms, fitas cassetes, videocassetes, disquetes, softwares etc. isso para não se falar em livros, revistas e jornais que já se tornam obsoletos.
Em assim se considerando, parece-me, outrossim, que os maiores de sessenta estão se sentindo cada vez mais isolados e intranquilos porque, a bagagem cultural que lhes dá sustento vai aos poucos desaparecendo ou se tornando inútil. A população jovem que predomina, se alimenta dos "enlatados"- o que evidentemente não é nada saudável, inobstante procure por todas as formas modernas ( "malhação", regimes, spas, "correções" plásticas) manter-se hígida e na crista da onda. O pensamento dessa jovem população não vai além das preocupações económicas e de saúde, isso tudo para seguir as máximas do epicurismo que, sem dúvida alguma é a filosofia dominante. Não se pensa mais em Deus. Os "enlatados" que falam Dele não têm a aceitação devida, porque as forças do mal sabem aproveitar as fraquezas humanas, mais interessadas em bobagens e futilidades.
Mas, ao final, cresce uma grande insatisfação. A felicidade não está sendo encontrada. Muito pelo contrário, a onda de violência que não desaparece, amedronta a todos pois a liberdade de locomoção está sendo limitada pelo temor dos assaltos e da bandidagem selvagem! Pensa-se em alguma solução ? Sim, todas prescindindo da presença de Deus, entidade meramente decorativa e de ficção para a grande maioria que deve decidir pela sociedade. Como não se trata do burro de Buridan, mas de seres racionais é necessário decidir, por a decisão em prática, sob pena de perecermos, como o famoso burro. Como acabar com a violência ? Vou apresentar ocasionalmente , e para encerrar três medidas a serem adotadas, sem as quais daqui a 50 anos ainda se estarão fazendo experimentações diversas e infrutíferas. Primeira : construir presídios de segurança máxima e dar combate sem trégua aos marginais efetuando-se patrulhas noturnas nos principais pontos da cidade (a partir das 18 horas); segunda (a mais fácil e imediata) restringir ao máximo e programar para determinados horários, os noticíários sobre crimes e assaltos; terceira: incentivar a educação moral e religiosa inclusive incrementando a frequência escolar, melhorando o padrão de ensino, logicamente com remuneração digna para os mestres.