Os bancos estão lotados. E´ multidão imensa que, quase sempre, se ajunta nesses estabelecimentos para pagar contas, receber, cogitar de empréstimos etc. Como as filas são gigantescas, em ambiente fechado, conclui-se que a permanência ali não deve ser nada agradável. Na verdade, como no inferno de Dante , há os círculos - quem sabe para graduar a malícia dos pecados ou sua gravidade -, também, neste vale de lágrimas terreno , os sofrimentos poderiam ser escalonados ou colocados em círculos para fins de classificação . Poderíamos até , distinguir os sofrimentos em físicos ou psíquicos, ou seja, corporais e espirituais : corporais são os que mais chamam a atenção , como as horrorosas dor de dente, de ouvido , de cabeça et caterva, culminando com as terríveis doenças e ferimentos de todas as espécies cujos nomes , por si já causam pavor : càncer, lepra, esclerose, aleijões etc.
Creio, apesar de tudo, sejam os sofrimentos financeiros os mais suaves e por isso mesmo atinge o grosso da população. Em países emergentes , como o Brasil, a grande maioria é desprovida de recursos económicos. Então, o sofrimento é geral ; milhões de pessoas pererecam com a falta de dinheiro e o volume enorme de contas a pagar (isso para os que vivem dentro do formalismo burocrático). Os coitados do submundo informal, vivendo à margem da sociedade, talvez nesse ponto levem alguma vantagem : como nada tem, se perdem tudo , nada perdem. O Brasil, quem diria, apesar de ser um ente fictício ( no sentido de ser pessoa jurídica, não física), também sofre financeiramente: é devedor do FMI e tem de pagar pesados juros de dívidas internacionais. E os estados do Brasil, seguindo o exemplo da União também se endividaram e agora se encontram apurados.
Mas vamos passar a vida toda com sofrimentos financeiros ? O cidadão comum , esclarecido ou já tendo vivenciado as agruras de pedinte escorraçado, jura por todos os juros, como diz o espirituoso Joelmir Beting que jamais entrará em outra fria. Vai procurar normalizar a sua vida, inclusive procurando aumentar o seu Pib, o que não é nada fácil tendo em vista a competitividade, os embaraços, a burocracia. O Brasil , pelo que se constata, através da mídia, também luta para sair do buraco em que se meteu. O problema é que os entendidos são muitos : degladiam entre si como devem proceder - geralmente uns acusando os outros - e alguns, impatriotas, cuidam mais dos próprios interesses do que daqueles de toda a comunidade.
Tendo feito aquele juramento (juro por todos os juros), nós, pequeninos seres terrenos, temos de nos apegar à Divindade, ao nosso poderoso Criador e implorar que os sofrimentos financeiros desapareçam como a luz do dia, frente à chegada da noite. Reflitamos como é inútil o corre-corre, o desespero e que na natureza, tudo é tranquilidade e paz . E , procurando observar os preceitos divinos da melhor forma e com a máxima boa vontade - pois assim Cristo o sugeriu - esperamos, em tempo ainda oportuno, ser aquinhoados com abundantes graças e bênçãos.
