Pensar que no fundo todos somos orgulhosos e nos julgamos ao menos discretamente, ser iguais ou superiores aos outros... ; que há uma luta velada pela supremacia, eis que não nos conformamos que uns tenham, se encontrem bem situados e nós não tenhamos ou não desfrutemos das mesmas regalias Estive fazendo algumas reflexões a respeito e notei que, a falta de espírito cristão verdadeiro ( pois há muito espírito cristão apenas aparente), nos conduz à tendência da superioridade, exteriorização do orgulho ou soberba, aquele grave pecado que lançou Lúcifer no inferno. Parece que em todas as profissões ocorre essa mania de superioridade : uns querendo ser melhores do que os outros, se julgando mais perfeitos ou competentes etc.
Enquanto esse julgamento pessoal não extrapola, fica nos lindes do próprio ego, tudo bem. O mal se verifica quando os ímpetos da superioridade, qual rubor da face, se exterioriza ou não dá mesmo para ser oculto. Então , é fácil distinguir o fariseu do publicano. Digo assim, porque nos tempos atuais, as vestimentas sendo praticamente iguais, poderia haver erro no processo de identificação. A emulação, ao que parece, sempre existiu na vida do homem e pode ser benfazeja, se utilizada com espírito honesto de aperfeiçoamento.
O problema é que a competitividade exigida pelos padrões modernos se transmudou na busca incansável pelo dinheiro e assim a grande maioria corre desesperada atras do vil metal para mostrar que é superior, que está acima de tudo... E se consegue frutificar os seus ganhos e realmente dormir em berço esplêndido, então essa superioridade é altaneira, impávida... Se realmente é bom financista e as crises não o atingem, pode até tornar-se um filàntropo, endeusado pelos louvadores do momento, chegando até a criar fundações para as benemerências melhor transparecerem. O pior ou o lastimável ocorre com a constatação comum nos dias de hoje, que o enriquecimento de muitos foi ou é motivado por ganhos ilícitos, um golpe de sorte, através das "maracutaias" políticas que abundaram em nosso país e que a superioridade de tais cidadãos os encorajam a continuar no alto do seu pedestal enganando os pobrezinhos, aqueles que não têm meios ou forças para reclamarem ou reagirem.
Essa marca do contraste, superior e inferior, grande e pequeno, rico e pobre, alto e baixo, bonito e feio, bom e mau, branco e preto, velho e moço, saudável e doente, santo e pecador e assim por diante faz parte da natureza humana. Se o pecado original não tivesse acontecido esses valores não existiriam; outros deveriam ser os paràmetros se é que haveria necessidade de conceitos semelhantes. Agora, só após a ressurreição da carne, dogma de fé ( de milenar e imprevisível data), é que ocorrerá o esclarecimento do enigma de tais contrastes e , naturalmente, o seu desaparecimento. O cristão buscando a perfeição, sem dúvida alguma se sentirá superior em seu desiderato. Aí o busilis da questão. Embora superior pela nobreza de atitude e objetivo, a humildade deverá prevalece e dosar a escalada do caminho do justo. Meus amigos : não é fácil navegar pelos tumultuados mares desta vida, carregado toda a bagagem que devemos conduzir para adentrar com segurança os umbrais da eternidade.