Muitos temem a volta da censura, principalmente em face do erotismo e pornografia de algumas emissoras de tevê em desesperada concorrência para conseguirem o interesse do maior número de espectadores. Dizemos nós que a programação de tais emissoras realmente preocupa , porque a difusão da imoralidade corrompe a sociedade, principalmente os jovens em formação e as inocentes crianças, tesouros da nacionalidade.
Não se diga que a modernidade ou a liberdade exige ou não impede essas programações. Precisamos explicar para quem não conhece e relembrar para os que sabem , o exato conceito de liberdade. Para tanto, vamos nos socorrer do ensinamento de um dos maiores filósofos americanos, Fulton J. Sheen : " a liberdade não é o direito de fazer o que me pareça, nem é a necessidade de fazer o que o ditador me imponha : ao contrário, a liberdade é o direito de fazer o que eu devo." Essa palavra "dever" significa que o homem é livre. O fogo é "necessariamente" quente, o gelo é "necessariamente" frio, mas o homem deve ser bom.." Liberdade não é fazer tudo que se queira. Exemplifica: pode se roubar o vizinho, bater na mulher dele, matar os animais que possui, etc., mas não se deve fazer isso, porque ferimos direitos e obrigações. A mais alta forma de liberdade, seguindo a doutrinação do eminente mestre é "fazer o que devemos" , pois nos conduz ao perfeito desenvolvimento da nossa personalidade. Fazer o que queremos (coisas más ou proibidas) é a degradação da espécie, a renúncia à racionalidade humana.
A Constituição aboliu toda e qualquer forma de censura. Mas, no que diz respeito à programas de televisão, etc. (artigos 220 e 221) deixa para a lei regulamentar quanto à idade e horários, a conveniência da exibição de filmes e novelas violadores e ofensivos à moral e aos bons costumes, rotulados em linguagem moderna como " valores éticos e sociais da pessoa e da família." Os senhores legisladores, tão omissos nas obrigações para que foram investidos naquele dia inspirado, do trabalho consciente, induvidosamente saberão acolher o anseio dos seus representados e, na regulamentação ainda aguardada, não se olvidarão, por certo, de proibir a imoralidade , inclusive as "chamadas" obcenas e deseducativas, em qualquer horário. Liberdade fora da lei não existe: se desobedeço as leis de trànsito, posso perder a liberdade de guiar; se desconsidero a lei da gravidade e salto de elevado prédio, perco não só a liberdade como a própria vida. Saibamos encontrar a plena liberdade com a incansável prática de ações boas e nobres que nos elevem e nos dignifiquem como pessoa humana.