Domingo, Dia das Mães e tempo nublado. A mais perfeita corda bamba. De um lado o amor, que nós, filhos temos por nossas mães. Do outro o prenúncio de tempo ruim, onde as lágrimas jorradas pelos torcedores da Ponte Preta representaram a mais triste e comovente história, que apenas o futebol é capaz de realizar.
O sol até que brilhou por boa parte da partida, onde a Ponte, superior tecnicamente, envolveu com facilidade a grande Pantera de Ribeirão Preto, chegando com facilidade à 2 a 0, logo no primeiro tempo. O grande artilheiro Washington se deu ao luxo de perder até pênalti, mas como tudo era festa, a fanática torcida da Veterana era só alegria.
No segundo tempo, as nuvens negras fecharam o tempo em Campinas e como se fosse obra do destino, por mais que fosse duro para a torcida da macaca, o Botafogo fez o inacreditável - empatou a partida faltando apenas 10 minutos para o fim do jogo , conquistando assim o direito de fazer a final. A torcida da Ponte Preta chorou, os jogadores choraram e todos aqueles que gostam de futebol ficaram passados com a história, mais uma fatídica na triste sina da Ponte Preta.
Muitos torcedores diziam que a perda desta classificação foi até mais doída que a de 1965, onde a Ponte Preta havia perdido o acesso para a primeira divisão, com uma derrota em casa, diante da Portuguesa Santista, com um gol aos 5 minutos do primeiro tempo do atacante Samarone.
Na época, os bugrinos para gozar na cara dos irmãos pontepretanos montaram até uma fábrica de panelas de pressão com o nome Samarone. O slogan era: "Panela de pressão Samarone, a única capaz de cozinhar uma macaca em 5 minutos", sendo sucesso de vendas.
Voltando no domingo, com o apito final do juiz, era possível ver das sociais do Majestoso, diversos rojões sendo lançados no céu, como forma de comemoração. Todos lá sabiam que eram os irmãos bugrinos, comemorando a desclassificação da macaca. A mesma comemoração realizada pela torcida da Ponte no descenso do Guarani.
Rivalidade mora ao lado, onde o amor é dividido por apenas uma avenida, por isso, quem ri por último, ri melhor.
Mastró Figueira de Athayde é cronista e dono da fábrica de panelas de pressão Samarone