Hoje, percorrendo as ruas do centro da Cidade do Rio, lembrei-me dele.
Presença constante nas minhas infància e adolescência.
Maravilhosas foram as aventuras em Teresópolis e as tardes de futebol.
Num dia qualquer, de bobeira, estava saboreando as sobremesas da tia, quando ele trouxe papel e lápis, e passou a desenhar as ruas, as entranhas, do centro, com totais desenvoltura e detalhes. Pudera, trabalhou por anos na área! Só faltou ser a bico de pena.
Lamento não ter guardado o mapa perfeito. Trazia as Ruas Miguel Couto, Primeiro de Março, Quitanda, Rosário, Ouvidor, Gonçalves Dias, Sete de Setembro e Uruguaiana, e as Avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, para citar algumas.
Em complemento, contava pequenas histórias ocorridas naquelas redondezas, tendo o cuidado de marcar os principais prédios e lojas.
Assinalou a Confeitaria Colombo, a central dos Correios, a Galeria dos Empregados do Comércio, a Confeitaria Manon, a Casa Sloper, a sede do Jornal do Brasil, O Clube de Engenharia, a Casa Cavé, a igreja da Candelária, o Clube Naval, a Papelaria Cruz, o Theatro Municipal, e assim fomos numa adorável caminhada, sem que saíssemos do lugar.
Ao ouvir, dei-lhe toda a atenção! Foi ótimo, pois posso trazer para o presente essa passagem bacana com o querido tio. Nas vezes que cruzo o centro, levo comigo o seu carinho e as suas anotações. Nesse momento, cai bem a frase: recordar é viver!