Comecei a lembrar dos meus automóveis e notei que tive apenas um zero quilómetro até há pouco tempo. Foi um Fiat Uno 1987. Pensei: eu amava esse automóvel ? Gostei muito dele, sentia-me envaidecido (?) quando o dirigia e fiquei emocionado quando o vendi, inobstante - naquele momento- tudo fizesse sem nada transparecer. Hoje me encontro mais emocionado ao escrever estas linhas talvez porque , naquela época -mais jovem (!)- as ilusões fossem maiores, as esperanças quimeras não desfeitas...
Então, passei a refletir que não podemos amar seres inanimados, como automóveis e objetos. Podemos gostar muito deles mas para amar acredito que o objeto amado deve ser capaz de um mínimo de reciprocidade. Um animal, uma ave e mesmo uma planta acredito que possam ser amados, porque podem dar um sinal de reciprocidade ao nosso gesto de amor.Cães, gatos, pássaros, retribuem a generosidade de bons tratos e a planta pode ficar bela e vivaz quando bem cuidada.
O que nos deixa revoltados quando o assunto é amor, é a disseminação de falso conceito, insinuando que o relacionamento sexual ocorre sob o influxo dessa nobre palavra. E lendo numa dessas revistas ditas femininas (que se encontram em salas de espera), o conselho de mãe moderna para a filhinha adolescente de nunca "transar" sem amor ( e sem o "preservativo")é que notei , mais uma vez, que "forças ocultas" não param de lutar contra o pudor, a decência, a dignidade. Então colocamos as mãos na cabeça e imploramos aos céus: meu Deus, como é possível que os homens tenham decaido tanto em seus costumes, liberado tanto a sua sensualidade, a ponto de fazerem a apologia da sexualidade até para crianças ? Quando haverá um basta tudo isso?