Domingo é dia de alegria e eu pelo menos tento manter esta tradição à risca. Acordo cedo, tomo um rápido banho gelado, para poder melhor despertar. Penteio o cabelo, passo um perfume do O Boticário e dou uma passadinha na tradicionalíssima feira de domingo do Jardim Dall Orto, onde saboreio o delicioso pastel da Michele. Ainda não satisfeito, cumprimento os velhos amigos e coloco o papo em dia. Lá pelas 10 horas, passo em casa e levo alguns deliciosos pasteis da Michele para as minhas irmãs. Vejo se terá algum almoço especial, para já poder marcar em minha agenda, ou senão, alguma balada será marcada inevitavelmente com os amigos.
No último domingo mesmo, participei de um delicioso churrasco em uma chácara da família. Tudo estava perfeito: cerveja gelada, churrasco muito bem temperado, mulheres bonitas, piscina e sol, muito sol, que fez a minha pele ficar totalmente em estado de pré-camarão.
Realmente o domingo estava muito bom, tanto se melhorasse piorava. A festa na chácara transcorreu até a noite. Minha alma estava revitalizada e pronta para a difícil e desgastante segunda-feira. Mas algo de muito ruim aconteceu em minha vida. A noite em casa ao sentar em frente da televisão vi duas coisas que me deram pesadelo durante a madrugada. A final do No Limite e a entrega do Oscar. Dois programas realmente podres, tão pobres que tive a infelicidade de ver, para poder ao menos criticar decentemente.
O tão divulgado No Limite, mal passou de programinha de criança. Sem sal e sem açúcar. Uma competição que infelizmente é muito traiçoeira, ou melhor, de participantes traiçoeiros, onde a vaidade está acima de tudo. E aquele juri, formados pelos ex-participantes. Podre a decisão deles. Bom, mas acho que como programa tipo americanizado está de bom tamanho, para a infelicidade dos brasileiros de plantão.
Ao terminar No Limite, realizei o meu próprio limite - assisti à entrega do Oscar. Um programa de americano para americano e que o mundo insiste em acompanhar. O prêmio é a maior mentira do mundo, onde grandes filmes perdem a estatueta por motivos de vaidade. Até o curta metragem nacional levou baile de novo. O Brasil nunca irá vencer este prêmio e Oscar não é selo de qualidade. Oscar é selo de grana, apenas isso.
Ao terminar a festa do Oscar, fui deitar, mas não consegui dormir, só de pensar que no ano que vêm tem mais... Haja limite...
Mastró Figueira de Athayde é cronista e lanterninha de cinema