A vida é passageira. Seu tempo de duração não é previsto, sendo que chegar a cem anos é possibilidade, nem sempre desejada por todos. O que é absolutamente certo é que todos nascem, crescem e morrem. Nessa caminhada, tudo pode acontecer, coisas boas ou más, salientando-se que a morte pode surpreender, ocorrendo em qualquer fase. Dentro da normalidade, as gerações se sucedem, de maneira que, sempre há pessoas nascendo, crescendo e morrendo. À medida que esse processo ocorre, o mundo continua girando , as atividades humanas vão se intensificando, modificando-se, graças aos talentos recebidos do Criador, e novos hábitos e costumes são estabelecidos.
Escrevo na qualidade de simples mortal que observa a multiplicidade de tendências, criatividades inominadas, profusão imensa e inimaginável da universalidade de fatos e idéias lançadas em nossa frente diariamente! Ou traduzindo em outras palavras, para melhor me fazer entender: como se chegasse a hora do almoço e milhares de cardápios fossem colocados sob nossos olhos para escolhermos dois ou três pratos. Ou se acontecesse isso com livros ou filmes para serem lidos e vistos! Santo Deus! Estamos fora do mundo! Envelhecemos! Novas gerações vêem aí! CDs aos milhares, espaços congestionados com shows à vista dos Rolling Stones, da banda UP-2. Praias lotadíssimas, estradas entupidas de carros, trànsito caótico no hemisfério norte gelado pela neve e nos países tropicais naufragado em densas chuvas!
Nesse instante, acreditamos que somente as novas gerações podem enfrentar o novo mundo com interesse. Daí a valorização das gerações futuras, a importància de bem estrutura-las e uma das razões porque os idosos são naturalmente marginalizados ou discriminados. Conclui-se ainda que o mundo pertence aos jovens e aqueles que atingiram o limite da idade provecta (que, felizmente para muitos, não foi fixado e é flexível), devem tratar de desocupar o espaço. Precisamos nos cuidar para não ficarmos deprimidos, sentirmo-nos rejeitados e entendermos que nossa presença não é mais necessária neste mundo. É o momento de nos apegarmos a Deus, entregarmo-nos totalmente a Ele que, onisciente, nos mantém no tabuleiro da vida para lances futuros que se fizerem necessários. Não precisamos, nem devemos acompanhar as novas gerações em tudo, tentando adquirir os novos hábitos que vão criando e seguem com a maior naturalidade. A maioria dessas gerações entende que se encontra certa e os predecessores, por mais simpáticos que sejam, são considerados anacrónicos, com modos de pensar em desuso, já superados. Se bem educadas, não os discriminam e respeitam os venerandos cidadãos que também já foram jovens e enfrentaram as dificuldades dos velhos tempos, algumas bem piores do que as de hoje, face a maior deficiência de recursos que então predominava.