No final de cada ano inventam de tudo para a reapresentar velhos filmes. Antigamente, todo natal, depois que o pessoal ia embora era possível assistir A Noviça Rebelde sem qualquer constrangimento. Na páscoa, Ben Hur. Todos sabiam, era mais do que justo. Se bem me lembro, nos últimos dois natais nossa querida e velha noviça foi substituída por filmes de menor conteúdo, sem música, nem mensagem. Quem vai chorar com aquelas porcarias? Com a chegada do ano 2001, nada mais natural que a reapresentação do famoso filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço. Contudo, não aceito isto como desculpa para não apresentar A Noviça Rebelde pela quadragésima nona vez. A TV está mesmo precisando de algum controle.
É pena, mas não posso falar muito sobre o filme pois na primeira vez que tentei ver, dormi. Nada contra o filme, é que na época eu ainda era estudante e estudava muito e também trabalhava, de modo que fiquei cansado e dormi. Todos sabem, estudante faz cada coisa. Na saída procurei disfarçar, mas pelo que vi, Inajá também tinha cochilado e o que Zé e Liane faziam não era da minha conta. O fato é que ficamos no "Muito bom, bom mesmo" e evitamos maiores comentários. Sei que tocava o Danúbio Azul, tinha uma meia dúzia de macacos e tinha computador cujo nome, parece, tinha alguma relação, imagino que com a IBM, numa jogada tão inteligente quanto os computadores da época. Lembro que vez por outra a platéia fazia Ahs! e Ohs!. Não que tenha me acordado, não me entendam mal. É que eram Ahs! e Ohs! muito sinceros, ou pelo menos pareciam.
Quando vi o anúncio da repetição neste final de ano que passou, pensei em suprir a lacuna do meu currículo e descobrir o que mesmo que acontece na fita, além do Danúbio Azul e dos macacos. Vale comentar que o Danúbio nem deve mais estar azul, acometido que foi por grave contaminação. Meu erro foi tentar ver o filme na cama. Sei que é constrangedor, mas devo confessar que, novamente, dormi. Nada contra o filme.
Por falar em 2001, quem diria que iríamos chegar. E quem diria que iríamos falar tanto esta expressão e que teríamos que ouvir todas estas gracinhas sobre ser do milênio passado. Agora são brincadeiras sem graça.