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Cronicas-->URUBUS DE BRASíLIA -- 21/01/2000 - 12:17 (Roberto Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
URUBUS DE BRASíLIA
Roberto Carvalho, Jornalista e Escritor.


No início, Brasília (candanga) não tinha urubu. Juscelino Kubitschek, o construtor da nova Capital Federal, aconselhado por biólogos, manda buscar um casal dessa ave no Nordeste e solta-o nos céus do Planalto Central. Em pouco tempo já se podia ver abutres sobrevoando o Palácio do Alvorada. "A cidade vai precisar desses animais para limpar a sujeira que, sem dúvida, haverá nestes prédios de Niemeyer", diz um dos assessores palacianos, mostrando alguns urubus sentados no mastro da bandeira.
"É, nada pode ser esquecido nesta cidade", concorda um outro assessor. E estira a conversa: "Brasília é exemplo da obstinação de um povo, qualquer detalhe é importante", finaliza, contemplativo. É claro que o tempo avança desproporcional à nossa imaginação - e Brasília cresce assustadoramente, tornando-se monumento da humanidade, famosa internaionalmente por sua arrojada arquitetura de linhas modernas. Um monumento cassaco que encanta o mundo. Após o sufoco da construção, a população de urubus aumentou e diversificou-se. Em vez de abutres penacho, os engravatados eleitos com votos comprados, alcançaram conotações pouco convencionais para espécie de carnívoros que os biólogos recomendaram para limpeza do podridão da cidade candanga.
Ao contrário do que se imaginava, a peste de urubus que invadiu os Três Poderes usa carrão importado, diz defender o interesse coletivo e, pior, espalha sujeira não só em Brasília, mas no país inteiro. Não é para menos - há Inocêncio de Oliveira de sobra para cada Toninho Malvadeza. Se quiser ir mais longe no ramo da malandragem política, Sarney é um exemplo clássico de urubu que sempre quer estar por cima da carniça. Mas tem mais carniceiro - o próprio FHC reconhece-se um corvo, não um dos urubus engravatados do Planalto. Sem dúvida, seria um pássaro mais vistoso, com as mesmas características pútridas. Se um mata, todos comem - um rouba, o outro ajuda, na simbiose do poder.
Mas nem só de urubus vive a carniça, nem toda catinga é pouca para a ganància política no poder. Em menos do que se esperava, foram eleitos governador e um punhado de deputados distritais do Distrito Federal. Com isso, a praga de urubus de colarinho e lapela tomou conta da capital cassaca. O cerrado está superlotado com a pior espécie de bandido engravatado que se tem notícia. A maioria portando mandato eletivo faz o país inteiro acordar, diariamente, submerso num mar de lama - roubos, falcatruas, favorecimentos e o que mais se imaginar.
A urubusada virou mania nacional - onde há dinheiro corre mau cheiro, urubu e o povo estaziado com o traseiro da Tiazinha "vai dançando na boquinha da garrafa" da ditadura da elite. Culpa da democracia? É. Então, qual é o melhor regime? Qual a solução ideal? Paredon geral. Como não há consciência política para eliminação sumária de Judiciário (podre), Legislativo (excrescente) e Executivo (corrupto) - o melhor é parodiar Gonzaguinha ao contrário: "...É, tenho cara de panaca, cara de babaca" e, viva o condomínio nacional.

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