Hoje é um dia daqueles. Você abre os olhos num acorda, não acorda. Espia as frestas da persiana em busca de um belo dia de sol, ou de um confortável dia de chuva. No primeiro caso, as ruas convidam a passear. Se tiver chuva, um bom filme, uma confortável cama e uma boa companhia são tão bem-vindos quanto.
Depois de um verão interminável, a delícia do outono encantador. Do céu azul, limpo de nuvens, do frescor da aragem dessa estação fascinante, que faz sonhar. Dos fins de tarde com seus maravilhosos e inúmeros tons de fogo, da calma que acaricia e acomoda e faz tão bem. E prenuncia uma nova estação.
Inverno de acalento, conquistas. Inverno de saudade. De outros invernos, lugares frios, aquecidos pelo amor, pelo calor do fogo, das palavras. Das pessoas que então faziam parte e já se foram. Do fogão de lenha, da brasa aquecendo nossos pés, nosso corpo, nosso coração.
Foram-se tantos invernos, tantos outonos, primaveras, verões. Foram-se as pessoas, permanecem as lembranças nos corações. Melancolia. É a estação. O outono da vida, das eternas e inesquecíveis lembranças. Do presente, do passado, do futuro. De um sábado qualquer. De simplesmente acordar e estar vivo. E sonhar.