O cara era um tremendo boa pinta. Insinuante, simpático e muito bem de vida; mas, era casado.
Porém, os atributos financeiros só apareceram depois de ele estar preso ao compromisso matrimonial. E, vai daí, começam a surgir as facilidades maiores para as paqueras.
As moças, mais liberadas; algumas até, preferindo alguém compromissado, que não pegue no pé. Ele por sua vez, de automóvel novo, dinheiro no bolso e disposição para aproveitar o que a vida não lhe oferecera antes.
Eram tantas as oportunidades e as saídas furtivas, que optou ele, por ter um local próprio para tais momentos.
Tratou, então, de alugar um apartamento. Procura de cá, procura de lá, acabou decidindo-se por um local um pouco mais afastado, frequentado em sua maioria por veranistas, a Praia Grande. Decidida a região, começa a busca pelas imobiliárias e nos classificados de jornais. E foi por este último caminho, que ele acaba encontrando o local ideal. Recorta o pequeno classificado e vai em busca de seu ninho.
Um pequeno apartamento, em um discreto edifício, frente ao mar. Um sonho, um primor, que ele vai aos poucos decorando e deixando a seu gosto.
Namoradiças vão e vêm, naquele apartamento. São da cidade, das vizinhanças mas, a maioria, veranistas ou de fins de semana. Ele não assume compromissos com ninguém, põe as cartas na mesa; joga limpo.
Sábado à tarde, no verão de calor intenso, eles vão juntos para o chuveiro. Até que a campainha interrompe o idílio aquático. Ele então, em condições inadequadas para atender à porta, pede a ela que o faça, mesmo um tanto constrangido. Passa o chuveiro para "frio" e vai se acalmando mas, vai também ficando impaciente com a demora. Resolve então, enrolado em uma toalha, ir verificar o que acontece. Saindo do banheiro, se antecipa e vai perguntando: "Meu Amorzinho ! Quem está aí ? "
- Somos nós, seu canalha! Dizem em uníssono, a sogra e a mulher.