Quanto me lembro
Das doces visitas
À casa de minha mãe...
Vinha eu cheia de sonhos
Com o coração sempre
Sempre risonho, a saber,
Ser esse o meu lugar
Era ali o meu melhor estar!
Sua acolhedora sala
Povoada de alegria, e
Daquele sorriso mágico,
Um encanto só dela!
Meus ouvidos se deliciavam
Com a voz contagiante, que
A todos deslumbrava...
Meus olhos revelavam
A imensa ansiedade
Por aquele regaço largo
Onde calor nunca faltou.
A fome que sentia se
Acalmava com o néctar
Que só ela sabia oferecer...
Junto a tudo, a esperança
Da minha eterna criança
A cada vez que o
Colo foi procurar.
Como meninas,
Corríamos as roseiras
Tínhamos segredos,
Dores e queixumes.
Trocávamos bordados
Tintas, cores e matiz;
E a tudo regava o café
Sempre tão bom de coar.
Esse é um tempo sem fim
Um tempo feliz de,
Casa doce, calor e licor.
Cheia de espera, de reza
Tocada de amor, a dizer
Sempre a beleza da vida,
Vida que habita em mim
Mesmo se tomada por
Esta saudade doída...