Não esqueço o jockey, que fez também as delícias da minha infància.
Gostava de apreciar lindos cavalos, que corriam sem tréguas, distanciando-se
dos outros, com elegància e galhardia. Admirava no olhar dos adultos, o entusiasmo fanático e apreciava os animais cujos pelos brilhavam ao sol nos dias de corrida.
Poucos minutos separavam a casa de meu avó do jockey clube e um velho tio vendo o meu entusiasmo levava-me em certas ocasiões, aos sábados.
Um dia, não esquecerei nunca, fiquei surpresa ao avistar meu avó,
que com o rosto fechado, como poucas vezes acontecera, aproximou-se de mim zangado e pegando-me pelo braço levou-me para longe dizendo que não era lugar para criança frequentar.
Dirigindo-me ao meu tio com dureza, reprovou o fato de trazer-me aquele lugar mesmo sabendo que ele não aprovava. Apavorada, imaginei que ele me mandaria para casa de meus pais, estragando-me as férias coloridas.
Não aconteceu. Admoestando-me ponderou com carinho que uma menina deveria ter outras brincadeiras mais sadias. Passando a mão pelos meus cabelos deu o assunto por encerrado.
Admirei meu avó pelo gesto discreto. Jamais comentou com meus pais o fato, ou pelo menos nada falaram comigo. E continuei, sem problemas a divertir-me.
Passeando, brincando e indo a lugares, Segundo ele mais "saudáveis."
Nunca esquecerei, no entanto da fascinação que os fogosos cavalos ocuparam
em minha imaginação. E principalmente do rosto decidido do homem que deslumbrou minha meninice risonha.