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Cronicas-->SER -- 06/05/2007 - 22:25 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

EU QUERIA SER

Vim de fonte serena, mas cresci em corredeira, rio sem descanso que apanha nas pedras, divide as águas e segue a tombar em quedas sem fim.
Queria ser mar. Não oceano imenso, poderoso, bravio, tempestuoso e indomável. Nem lago manso e sereno, plácido e estanque, que nada recebe e nada deságua além de seus limites. Mar humilde, abaixo das correntes, para receber o pequeno riacho que traz o frescor das alturas terrenas; o mar que acolhe os torturados rios de corredeiras que se arrebentam nas asperezas das pedras e despencam em cachoeiras estrondosas. Queria ser mar que se alimenta das correntes da planície que conheceram da vida as dores e as alegrias; para que a vida viesse morar comigo, o vento soprasse minha superfície e levantasse ondas que levariam às praias distantes as notícias que ele me traz e as aves viessem dançar sobre mim e mirar-se em meu espelho. Ser mar para receber a luminosidade do sol e refleti-la ao infinito, colher a luz das estrelas e mostrar-lhes sua própria imagem fascinante; para que o navegador rompesse as distàncias e encontrasse seu porto e o homem encontrasse alimento. Ser mar para receber, em gotas de chuva, as mensagens do céu e que levasse ao oceano, para engrandecê-lo, tudo o que recebi e pude doar, porque não me pus acima a derramar sem rumo e inconsequente as minhas águas, extinguindo-me em isolada e deserta sequidão.
E se não fosse possível, queria ser um mero fio d´água que percorresse um longo caminho. E sobre mim caíssem as flores da natureza e as levasse adiante, a espalhar sua beleza, e carregar os frutos doados pelas árvores para servi-los à vida abrigada em minhas águas; banhasse os pés da menina que comigo viesse brincar, com o sorriso da inocência, e o viajante cansado da longa jornada.
E que, no final de meu caminho, fosse recolhido por mão santa e amiga que me fizesse limpo e puro e me depositasse numa pia batismal.


José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras
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