Lembro-me a muitos anos passados, a fiel babá, constante e dedicada, que preenchia meus momentos ociosos, com dedicação encantadora. Renunciava à privacidade, sempre presente e altruísta, e com carinho e liberdade, construía vidas alheias. Júlia, leal figura incansável, que todos os dias me cuidava, e nas dificuldades, maleável, ensinava-me a doçura.
Baixa, os cabelos presos e agitada, fumava escondido, porque o médico proibira e desorientada não entendia a razão de tanto rigor. Lembro-me de seu jeito diferente, rude na simplicidade natural, recebendo cartas de parentes e querendo sempre cooperar. Jamais esquecerei a extrema bondade nos momentos mais complicados e os gestos pacientes que com sinceridade demonstrava em atitudes espontàneas.
De toda a experiência recebida guardei a fé nas pessoas e na humanidade nos
ensinamentos e atitudes percebidas naquela extraordinária e rara mulher.
Júlia, impressionante por seus preceitos conscientes, inteligentes e instintivos que soube dosar a vida e seus preconceitos, com lições magníficas de resignação consciente.