A história que vou contar pode ser interpretada como uma saga de uma pessoa vinda do nordeste brasileiro, onde acabou conquistando tudo na vida. Uma casa, estudo, um ofício e acima de tudo: muitos amigos, que desde cedo aprenderam à respeita-la e à curti-la, como o mais delicioso acarajé - temperado na medida certa, dosado com a mais perfeita técnica baiana - a alegria.
Cristiane, essa mistura de menina - mulher, com o falar manso e olhar `arretado´, é tecnicamente impossível algum homem não se apaixonar. Cor de ébano, instiga os mais profundos desejos, deixando os mais intensos e deliciosos suspiros. Cristiane é igual à um berimbau - todos tentam tocar, mas poucos conseguem tirar o seu real som, em um compasso ritmado, no mais perfeito estilo baiano de ser.
Sua face espelha a alegria e todo um sentimento de conquistas. Foi assim, com muito esforço e perseverança, Cris, como é carinhosamente chamada superou todos os obstáculos. Veio do paraíso da cidade de Itabúna, na Bahia, para vencer em Hortolàndia. Entrou em uma das melhores faculdades de comunicação do Brasil, a Unimep, se formou e se fez jornalista. Nesse período Cris acumulou diversos amigos, dentro e fora da sua profissão. Todos a sua volta têm em Cris um carinho intenso. Para mim, um sentimento de um irmão para com a sua irmã mais velha, que sabe dar conselhos e acima de tudo, orientar nessa dura trajetória de repórter, onde andar no meio fio é o limite entre o céu e o inferno.
Respeito é bom e todos gostam. Cris não é exceção e por isso ela gosta de ser respeitada, principalmente em ocasiões onde há uma intensa movimentação. Cris é igual à um vulcão adormecido e à um vatapa muito bem temperado. O vulcão está inativo, mas pode entrar em erupção, onde ninguém poderá segurar. Já o vatapa bem feito é esteticamente bonito, até colocarmos na boca e dar a primeira mordida. O tempero é bom, mas forte demais. Nessa comparação, Cris é muito tolerante com tudo e com todos, mas pode explodir em proporções devastadoras, tendo em mãos o poder da palavra.
Cris é única e será lembrada em todos os intantes. `Será porquê?´ Sinceramente não sei explicar, devido à inúmeros fatores, mas o principal e que realmente faz a diferença, é que Cristiane é original em tudo que faz. Ela é ela mesma e não procura se destacar com uma `melancia´ na cabeça. Cris é única e apaixonante. Diz a lenda geraldina, que para se apaixonar por Cris era necessário provar do seu acarajé. A lenda já caiu por terra. Na verdade para se apaixonar é necessário apenas sentir os delicados contornos de seu belo rosto, aliado ao seu inconfundível sorriso. Não sei tocar berimbau, mas vou treinar...
Mastró Figueira de Athayde é cronista e motorista do bonde de Santa Tereza