Uma vez li uma coisa muito bonita e muito singela numa biografia do Roberto Carlos. Ele dizia que "não acha certo as pessoas colocarem dúvidas com relação a Deus". Também me incomoda a superficialidade com que se tratam dessas coisas, principalmente as pessoas com "pendores intelectuais". Sentem-se superiores a Deus. Perdóo ateísmo até os vinte e poucos anos, depois disso é bobagem. Não perco tempo com quem não percebeu a única coisa óbvia: Deus. Aliás, tem gente que pensa que a igreja se resume a missa aos domingos ou a um padre falando sermões. A Tradição Cristã tem várias práticas de espiritualidade a serem aplicadas no cotidiano e na transformação da Vida. A reza do terço, a contemplação dos mistérios, a meditação sobre as passagens da Biblía, o jejum, tudo isso são práticas que acompanham a espiritualidade católica, vamos dizer assim. Ando pesquisando sobre a mística Cristã tem algum tempo: Santa Tereza Davila, os Padres do Deserto, toda essa vertente da prática espiritual e não apenas da formalidade da Igreja. Acho que meu esforço ainda que mínimo deveria ser seguido. Trazer o Deus de amor, de silêncio e de caridade mais para nosso cotidiano. O ser humano que não tem Deus como fato é um problema social
de proporções imprevisíveis. Ainda que no deserto, quero estar com Deus, ainda que a propaganda o dê como morto ou exótico. Um terço custa poucos centavos. Dá uma paz tremenda. Mas o maior pecado humano sempre foi a falta de imaginação.
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Marcelino Rodriguez, escritor hispano-brasileiro é autor de Bom Dia, Espanha! entre outros.