Atualmente é comum os novos casais desta nova era optarem por não ter filhos. Motivos para isso não faltam: dificuldades financeiras, perda da liberdade, dedicação total a carreira profissional, o mundo caótico e violento em que atualmente vivemos e as previsões catastróficas sobre o futuro da humanidade são alguns vários motivos relatados.
Hoje ter ou não ter filhos é uma opção. Isso pode causar estranhamento naqueles que vieram de uma época em que ter filhos fazia parte de um processo naturalmente visto como nascer, crescer, procriar e morrer. Mas as atuais mudanças no mundo contemporàneo são muitas e entre elas está esta, a opção de ter ou não ter, seja lá por quais motivos justificáveis e sem radicalismos.
Mas ao mesmo tempo que cresce a corrente daqueles que optam por não ter filhos e eu particulamente respeito muito isso, cresce também a corrente daqueles que "adotam" um animal de estimação.
Essa corrente também é movida pelos mais diferentes motivos e igualmente justificavéis. A convivência com um animal de estimação é de um enriquecimento vital na vida de muitas crianças dentro de seu processo de crescimento como indivíduo. É um complemento fundamental para aqueles que muitas vezes na angústia de um mundo cada vez mais individualista, sentem solidão e contam apenas com a alegria e a generozidade de um animal de estimação.Por esses e vários outros motivos, acho válido que todos devem ter ou pelo menos devam experimentar a convivência com um animal de estimação em alguma altura de suas vidas.
Mas entre tantos progressos, no àmbito da minha ignorància de homem comum, há também algo que me preocupa nesse comportamento entre os homens e os animais.
Muitas das atuais problemáticas em que vivemos diariamente no nosso mundo moderno nos empurram estupidamente para um individualismo cruel.
Recheados de egoísmo, essa configuração nos ensina a cada vez mais a dividir menos. Na tentativa de nos protegermos mais, conseguentemente buscamos correr menos riscos.
Na busca por opções que muitas vezes nos parecem mais seguras, muitas vezes nos privamos de experimentar coisas novas que talvez nos possibilitariam um crescimento, uma fagulha que nos aprimorasse mais como seres HUMANOS. Mas com certeza, é muito mais fácil ficarmos encroados.
Digo isso, pois acho que é isso que acontece com aqueles que constituem um comportamento muito radical de preferir muito mais aos bichos do que aos seres humanos. Vejo uma distorção entre os orfanatos que estão cheios de crianças abandonadas feito um depósito de animais e animais hoje que possuem uma vida de luxo. Será que isso se justifica apenas pelo fato de para alguns ser mais fácil conviver rodeado de animais do que correr o risco de se envolver com um ser humano? Será que já não corremos riscos demais em troca de muito menos?
