Novela de péssimo estofo moral essa tal de América. Parece que o seu objetivo é corromper a sociedade ainda mais. Ao menos, a autora se vinga do corrupto ambiente social exibindo todas as podridões que perambulam por aí, envoltas em sedutora apresentação, com locações belíssimas e técnica perfeita. Sórdido é o relacionamento Glauco-Haydée, com duplo adultério. Não bastasse isso, Raíssa, a filha do casal, inadvertidamente, trava relacionamento com o amante da mãe. Para completar esses relacionamentos escandalosos, Glauco, após relutàncias, se apaixona por uma das amigas da filha, Lurdinha, transtornando ainda mais o ambiente No labirinto das perturbações psicológicas que passa a suportar, Raíssa torna-se fã e amiga dos praticantes do rap, mudando inteiramente hábitos e costumes. Prosseguindo no desenvergonhamento da trama, a autora não se peja de desmoralizar crente hipócrita, Creusa, em suas abjetas inclinações eróticas. Depois, demonstrando feminismo condenável, procura salientar e estimular tendência homossexual de jovem personagem (Júnior), ao que parece, como manifesto sinal de desprezo à masculinidade e apoio irrestrito aos gays.
Os bons momentos que a novela apresenta, realmente são "momentos", pois o maior tempo do enredo é desagregador, como a fuga de Sol (cruel e absurda), para negar a confirmação do filho (nascituro), ao marido (Ed), que a ama intensamente. Chocante também quando Simone, discreta e bem casada com Tião, resolve abandona-lo; idem, quando a leviana Mari, resolve visitar na prisão o criminoso Alex e assim por diante. As filhas da mexicana Consuelo, lindas mas desobedientes ao máximo, na liberalidade das vestes e das danças, retratam procedimento da juventude atual, licenciosa e enganosa para com os pais. O jovem médico, com bolsa de estudos nos states (Neto), abandonando a legítima mulher e o filho, para também cair na gandaia, segue a linha geral da novela com maus exemplos, de lascívia e permissivismo total. E ainda não falamos do tráfico de drogas comandado pelo galã tido como bonitão(Alex), que por isso mesmo, apesar de execrável bandido e assassino, pode ser encarado com imensa simpatia pelas jovens e adolescentes expectadores desse perverso e deseducativo folhetim.
As cenas moralmente saudáveis, Ã s vezes com traços leves de humor, não deixam de existir, mas se diluem na perversidade da quase totalidade das estórias. Até a fofoqueira Diva, mãe de Feitosa que, no início, parecia ingênua, divertida, culmina elaborando grave mensagem anónima, falsa e caluniosa. A autora, quiçá com boas intenções, tentando passar retrato da corrompida sociedade, em alguns segmentos, com otimismo, procura apresentar aspectos positivos dos relacionamentos humanos ainda existentes. Cria, dentro da novela, programa (é preciso saber viver) que salienta o sucesso de pessoas, com diferentes tipos de deficiência. Realmente é bastante nobre e comovedor, tomar conhecimento das valorosas vitórias que deficientes obtém, na permanente luta pela superação das próprias carências.