E´ o sonho, a ilusão, a esperança de muitos. A grande maioria, ao que parece, enjoada com a vida que leva , desejaria viver num mundo novo, completamente diferente, onde, ao menos, não houvessem aborrecimentos. Como as situações variam de indivíduo para indivíduo, segue-se que esse mundo novo apresenta contornos diversificados e , ao invés de constituir-se num bloco corporificado, resumir-se-ia apenas em desejos suscetíveis de serem satisfeitos. Na realidade, porém, deparamos com um mundo novo todos os dias. Diariamente as coisas velhas e estragadas estão sendo substituidas, não se cogitando ainda daquilo - sempre novo e fresquinho -, que somos obrigados a ingerir para conservar a vida. E tudo é novo, saudável e. em se tratando de alimentos, preferem-se aqueles mais agradáveis ao paladar, de outro lado, não se falando da luminosidade, pureza e frescura, do ar matinal, sempre revigorante e apetecido.
Se, em nossa caminhada diária, pelos locais de trabalho, escolas, Igrejas, hospitais, bancos, praças e jardins nos detivermos em refletir sobre as coisa novas que vemos pela frente, poderemos nos surpreender. As mudanças são constantes, inclusive de forma passiva, ou seja pelo desaparecimento : aquele objeto, aquele detalhe , muitas vezes, desapareceu. Triste, quando não encontramos mais aquele funcionário, aquele médico, aquele padre ou alguém conhecido que foi removido ou ,definitivamente, faleceu. Esse é o mundo novo, que conhecemos, ainda maculado com as terríveis barbaridades de atrozes crimes e com a absurda inversão de valores ,que a mídia pressurosamente exibe.
Mas, o mundo novo ambicionado e que à s vezes é mencionado na liturgia da missa, sem dúvida alguma é outro mundo. É o mundo redimido por Cristo. Com o sacrifício do calvário abriram-se as portas do céu e a humanidade toda póde aspirar a salvação após os efêmeros dias da vida terrena. Nós outros, seres contingentes, com essa herança espetacular legada por Jesus, teríamos de construir esse mundo novo pleno de fartura, alegria, paz, amor , felicidade. E o que vemos pela frente ? Lutas fratricidas, guerras, sofrimentos, misérias de todos os quilates, desarmonia, desentendimentos, desesperanças.
Daí a razão da deprecação. A minoria escudada consciente e amorosamente nos ensinamentos evangélicos depreca para a misericórdia do Senhor, afim de que no vestíbulo do Reino dos Céus não depare com espinhos e pestilências sufocantes, mas com flores e essências aromáticas. Tudo se encontra em nossas mãos. Se agirmos com seriedade, empregando meios aptos para a consecução dos objetivos, evidentemente éticos, não nos faltará o auxílio divino. Enquanto tal não acontecer, o mundo novo que teremos pela frente será apenas aquele descrito nas linhas acima e assim complementado: ruas alargadas, modificadas, estradas e shoppings construídos, mudança do estado civil de muitos e ausência das pessoas motivadas por viagens, transferências ou senão pela morte, triste ceifadora, indesejável, temida, insubjugável (a não ser por Jesus no final dos tempos).
