O ALMOÇO
CERTO DIA, ESTAVA ALMOÇANDO ACOMPANHADA DE MINHA IRMÃ.
FRENTE A JANELA., FIXEI MEU OLHAR, E A CADA GARFADA LEVADA À BOCA OBSERVAVA UM GRUPO DE MENDIGOS, INDIGENTES OU CIDADÃOS ESQUECIDOS POR UMA SOCIEDADE FRIA E INDIVIDUALISTA.
NOTAVA QUE ERAM CÚMPLICE, TALVEZ DE UMA MESMA SINA, DE UM MESMO TRÁGICO DESTINO.
SENTADOS NA CALÇADA, PERTENCES ENTULHADOS DIVIDIAM O ESPAÇO COM A BARRAQUINHA DE CAHORRO QUENTE VENDIDO À UM REAL E PEDESTRES QUE PASSAVAM APRESSADOS E INDIFERENTES.
O TRÂNSITO DE AUTOMÓVEIS VOLTA E MEIA, ESCONDIA A CENA, MAS LOGO EM SEGUIDA A REALIDADE VOLTAVA À TONA.
CONTEMPLANDO, O PRATO, A BARRAQUINHA DE CACHORRO-QUENTE, AS PESSOAS, O GRUPO DE MENDIGOS....
CONCLUí NO MEIO DA MINHA COMIDA E NA CONVERSA PARALELA COM MINHA IRMÃ, CONVERSA QUE NADA PENDIA PARA O QUE PASSAVA-SE DIANTE DE MEUS OLHOS E NA MENTE MINHA, BOM MAS CONCLUí: __ QUE O MUNDO É SUBDIVIDIDO EM VÁRIOS MUNDOS.
OS FAVORECIDOS QUE TEM UMA ESTRUTURA FAMILIAR, CONDIÇÕES DE ESTUDOS, CONHECIEMENTO DE OUTROS IDIOMAS, CONSEGUEM PASSAR EM UMA CONCEITUADA FACULDADE E CONQUISTAM UM BOM EMPREGO.
OS ASSALARIADOS QUE LUTAM PARA CONSEGUIR UM EMPREGO, CONCILIANDO COM O ENSINO MÉDIO, E EM ALGUNS CASOS TENTAM CONCLUIR O NíVEL SUPERIOR, MAS A MAIORIA ALMEJA SOMENTE SOBREVIVER.
E POR FIM OS EXCLUíDOS, EM ALGUNS CASOS PESSOAS QUE PERDERAM TUDO, EMPREGO, CASA, FAMíLIA E IDENTIDADE.
PASSAM A NÃO FAZER MAIS PARTE DA SOCIEDADE, E COMEÇAM A BUSCAR SUA SOBREVIVÊNCIA NO SUBMUNDO DAS CIDADES DE CONCRETO.
Erika Viana |