Fina neblina envolve meu posto de observação - a janela-porta do meu apartamento. Diante de mim a varandinha, que já viu melhores céus - agora é a névoa que vagarosamente se desloca do chão para as nuvens, por lá se confundindo e se imiscuindo. O cenário mais parece feito por algum cenógrafo inspirado - uma bruma opaca confunde telhados com árvores, outras varandas com janelas iluminadas, e estamos em plena luz do dia. Plena? semiplena. A luz do sol - onde estará o sol? talvez se bronzeando em algum praia do nordeste - vem tão filtrada, mas tão filtrada, que dela não resta quase nada.
Só uma neblina fina, quase poema de Cruz e Souza, que cousa!
---
E.E.