Ninguém duvida que a higiene é indispensável à conservação da saúde e da vida. Aliás, todos se cuidam de adquirir bons hábitos para o bem-estar corporal - beber água potável, comer alimentos saudáveis, vestir roupas limpas, banhar-se e dormir em ambientes arejados. De umas décadas para cá, talvez sob a influência dos hippies, a higiene e os bons hábitos - físicos e morais - decaíram acentuadamente. No aspecto físico, o banho, a higiene, a limpeza das roupas passaram a ser os de menor importància para muitos, bem como o tranquilo sono e as refeições em horários certos. No aspecto moral, acobertaram o pecado individual, transformando-o preferencialmente em "social" e partiram para o escapismo do sexo avassalador e das drogas, como consequência da falta de religião e de ideal, além de desencanto pela vida.
Nesse trágico momento, fora esquecido que a cabeça abriga a inteligência e que esta deve se nutrir - semelhantemente ao corpo - de alimentos saudáveis, íntegros, capazes de a conservar e a desenvolver. Passaram a entupi-la de toda sorte de produção consumista - boa ou má - elaborada pelos destruidores da humanidade. Encheram-na de sexo, drogas, violência e demais vícios. A tolerante sociedade hoje lastima a proliferação dos assassinatos, do consumo de drogas, dos roubos, sequestros etc. Quase todos querem apontar um culpado para a crise que afeta principalmente o Brasil: os economistas entendem sejam culpadas a inflação e a ganància pelo lucro fácil; os juristas atribuem o mal à pletora das leis, ao inadequado sistema penal, à morosidade da justiça; os médicos à falta de assistência clínica ou profilática ou à precária infra-estrutura hospitalar; os professores acentuam que o mal reside na deficiente formação escolar, motivada, sobretudo, pela baixa remuneração da classe. Os políticos mistificam os embaraços e, se vislumbram alguma culpa ou erro, sem dúvida, responsabilizam o partido contrário.
Afinal, o que precisamos fazer para melhorar a vida individual e da comunidade? Rezar é a primeira coisa, pois integramos um país cuja maioria populacional é cristã (pedi e recebereis). A segunda é tratar de nos aperfeiçoarmos física e espiritualmente. Aí, então, a higiene mental reaparece como a maior coadjuvante para o progresso. Não atulhar a cabeça com as sórdidas bandalheiras e imoralidades do mais elevado requinte que andam por aí. Precisamos alimentar nossas mentes de sadias informações e elevados conhecimentos, da mesma forma como nos interessamos em cuidar dos nossos corpos. Nesse afã nobre e reconfortante, a sociedade se sentirá beneficiada, pois estarão sendo despoluídos danosos ambientes, revigorando-se o verde respirável, almejado por todos. O velho e secular ditado mens sana in corpore sano (mente sã num corpo são), sinteticamente, aponta os rumos do caminho a seguir.
