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Cronicas-->Homens e mulheres: bichos esquisitos -- 02/07/2003 - 12:21 (Márcio Salgues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Homens e mulheres: bichos esquisitos

No fim de semana almocei com três amigos. Um funcionário público paranaense, um empresário carioca e um professor pernambucano. Começamos a falar de mulheres. Não se tratava do tipo de assunto que a maioria das mulheres imagina. Na verdade, falávamos das desventuras amorosas, anseios, expectativas e todos os sentimentos que afligem a maioria dos homens, e que estes insistem em negar, pois isso é "coisa boiola", "frescura", etc. Entre um chope e outro, cada um começou a contar sua própria experiência.

O professor passou a descrever a esposa - a segunda esposa - com um erotismo poético. Ela, segundo ele, é uma espécie de santa que, por trás do olhar casto, esconde uma puta que o ama até à alma; de uma beleza peculiar, sutil. E ele a ama mais ainda. Podia-se notar como seu olhar mudava cada vez que se referia a ela. Falou de detalhes da sua pele e, de como sentia, como que uma corrente elétrica percorrer-lhe o corpo sempre que a tocava. "Deve ser mesmo divina!", pensamos todos, não sem uma certa inveja. Nesse ponto tivemos que interrompê-lo, pois já começávamos a desejá-la também.

O empresário por sua vez, comentou como, mesmo sabendo que a esposa o traía, não conseguia deixá-la. Esforçava-se para mandá-la embora, expulsá-la da sua vida. Sofria, gemia em silêncio, mas a amava. Não conseguia se desvencilhar dos laços que o prendiam àquela mulher adúltera, mas que ainda respondia às suas investidas sexuais, até que ela mesma o deixou e foi embora, na companhia do vizinho angolano, para o Rio Grande do Sul. Foi inevitável que cada um de nós pensasse consigo mesmo: "Coitado! Era um corno conformado! . Há seis anos que tudo aconteceu e ele ainda não se apaixonou novamente, apesar das "tentativas ocasionais", dizia ele, como se a paixão pudesse ser exercitada voluntariamente e domada por meio de um cabresto. Mas, ele ainda mantém a esperança.

Já o funcionário público contou-nos como, por quatro vezes, se separou e reatou seu relacionamento com a mesma mulher. A mesma com quem ainda vive. Em uma certa época, lá pelo ano de 1981, muito jovem ainda, apaixonou-se por uma outra mulher. Essas situações inexplicáveis que vem e vão, assolando a alma humana, infligindo sofrimentos que deixam cicatrizes por toda a vida. A mulher em questão acabou por rejeitá-lo e, quando isso aconteceu, perambulou um dia inteiro pelas ruas do Recife, como um louco moribundo à beira da morte, até que, chegando a Ponte Velha - construída ainda nos tempos de Maurício de Nassau -, decidiu saltar para a morte, pois, sem aquela mulher, já se considerava um morto-vivo. Tendo subido no parapeito da ponte, declinou da decisão quando viu o lixo que boiava no rio Capibaribe e se acumulava nas raízes do manguezal que o margeia. Não queria que seu corpo jazesse no meio de garrafas plásticas e fraldas descartáveis usadas; queria uma morte digna, que até hoje não veio.

Felizmente, falta espaço para contar a minha história (ufa!). Contudo, quero deixar claro que não broxei! O que eu quero dizer com tudo isso é que nós homens, somos na verdade bichos esquisitos, assim como as mulheres. A diferença é que não sangramos. E, como representante dessa classe de machos pós-modernos, rebaixados à categoria de sexo frágil por uma meia-dúzia de mulheres ignorantes e mal-amadas, me dirijo especialmente a você amiga leitora: dê uma chance ao seu homem. No fundo, no fundo, ele não passa de um bobão estúpido, meio burro, que muitas vezes não sabe se expressar usando a mesma linguagem que você. Claro que não me refiro às injustiças sociais cometidas contra as mulheres durante vários séculos, mas, esse negócio de feminismo e machismo não passa de balela, para tentar compensar as fraquezas e frustrações de ambos. Homens e mulheres ignorantes.

Por outro lado, não se aflija tanto. Ninguém está esperando que você se converta em uma Daniela Cicarelli - seria interessante é verdade, mas não essencial. Você também não precisa ser uma magricela bronzeada, e uma celulite discreta não ofende ninguém. Já o silicone é bonito aos olhos, mas, quando apalpado, sempre lembra que é um "peito falso". Que venham as ruguinhas naturais. O que importa é que o amor seja sempre o mesmo, independente dos baixos níveis de progesterona - ou, dos altos níveis de testosterona, no nosso caso.

Mas por favor, nunca se descuide dos odores! Pelo amor de Deus! Isso é imperdoável! Um corpo cheiroso é condição básica. Nunca deixe de ler bons livros e mantenha os cabelos arrumados. Ah, já ia me esquecendo: não use perfumes muito ativos, pois me deixam com enxaqueca.
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