Quem Canta, Seus Males Espanta
(por Domingos Oliveira Medeiros0
"Teu mal, é comentar o passado. Ninguém precisa saber o que houve entre nós dois. José Dirceu falou e disse. E José de Alencar, também. Ficou o dito pelo não dito. Ficou tudo esquisito. Puxa, como tem Zé aqui em riba. E na Paraíba. Tanto riso, tanta alegria. Mais de mil palhaços no salão. Não posso ficar, nem mais um minuto com vocês. É demais, para o meu coração. Quem parte, leva saudades.
Como dizia a outra canção: lábios que beijei, mãos que afaguei. Eu não sou água, pra me tratares assim. Só na hora da sede, é que procurar por mim. A fonte secou. Quero dizer, que entre nós, nada restou. Depois do voto, tudo acabou. Ficamos todos na janela, pra ver a banda passar. E eu fico a perguntar.
Quem foi que fez você ficar tão diferente, assim? Você mudou demais. Você não era assim.
Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem. E feriste um amigo. Perdeste o abrigo. E cá ficamos todos com cara de palhaço. Pinta de palhaço. Roupa de palhaço. Até o fim.
Se Deus um dia voltasse à terra e visse o meu estado. Na certa, compreenderia. O meu trilhar desesperado. E tendo ele, em suas mãos, o leme do destino, não deixaria o Lula cometer desatino.
É tarde, eu já vou indo. Preciso ir-me embora. Até amanhã.