Partiu Everaldo Andrade,
Mais um vaqueiro altinense,
Trazendo enorme suspense
A nossa bela cidade.
A cruel fatalidade
Fez ecoar o seu grito,
Um sentimento esquisito
Deixou-me a chorar sozinho.
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
O nosso primo Everaldo,
Conhecido por "Vevé",
Mãe:Josefa; pai: José;
Manos: Cristina e Nivaldo,
Graciete e Genivaldo,
Graça, Lucas, um outro inscrito,
Genilson, um irmão "conscrito",
Mas ave do mesmo ninho.
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Viajou há muitos anos
Ao Estado do Pará
E permaneceu por lá
Perseverante em seus planos.
O fado, com seus arcanos,
Tinha preparado o rito
Para o laçador perito
Criado no Sobradinho.
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Na fazenda do Divino
Viu Wedson e Zé Maria,
Boy de Panelas dizia:
-Cajueiro de Justino,
Amanse este boi torino
Que foi de São Benedito!
Ouviu um aboio bonito,
Olhou, era Macauzinho...
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Foi lá que viu "Agrestina",
O rei dos aboiadores,
Que aboiava louvores
À Majestade Divina.
A viola nordestina
Já ponteava um bendito,
Era o poeta Expedito
De sobrenome Sobrinho.
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Em sonho, certa noitinha,
Tio Zezinho encontrou
Um papel e desdobrou
Para ver o que continha.
Assinado por Zefinha,
Havia um bilhete escrito:
"Zezinho, não fique aflito,
Estou com nosso filhinho!"
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Lá na Pedra do Letreiro
Quem à noite ali passar
Com certeza irá lembrar
Do aboio do vaqueiro.
Perto do pé de facheiro
Faça uma oração, contrito,
Dizendo assim: - Acredito
Que ele está com meu Padrinho!
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.
Sei que as nossas orações
A ele intencionadas
Estarão sendo somadas
Às suas boas ações.
Em minhas anotações
Nunca cometeu delito,
Se cometeu, está prescrito;
Deus não pune pastorinho.
Mais um vaqueiro de Altinho
Foi campear no Infinito.