Literatura de cordel – sete linhas
Dando notícias para Graça Porto
30/04/05
Amiga Graça Porto
O cordel é minha paixão
Muitos temas eu invento
Nas asas da imaginação
Com isso tenho alegria
Vou escrever até o dia
Que eu não puder mais não.
Enquanto a morte não chega
E o olho enxergar
Estou aí na parada
Para tudo comentar
Estou estudando cordel
Mas me acho um novel
Sei que não posso parar.
São quase oitocentos
Os trabalhos que já fiz
Confesso não sei tudo
Sempre vou ser aprendiz
O negócio é não parar
Pois gosto de cordelar
E isso eu sempre quis.
Eu estou cordelando
Com a amiga Marina
Nossos diálogos são feitos
Todos em versos e rimas
Essa é a alegria nossa
Ela mora lá na roça
E é uma boa menina.
É formada em magistério
Mas não quis dar aulas não
Diz que só fez este curso
Por não ter outra opção
Gosta de contabilidade
Na época aqui na cidade
Não tinha este curso não.
Outro que estou cordelando
Com as rimas no papel
É o amigo Laurentino
Ele também é novel
Pra Marina e Laurentino
Eu lhes dei o ensino
Da regra de fazer cordel.
Laurentino já te digo
Ele estuda no Poli
É um baixinho carismático
Igual ainda não vi
Mora na rua do hospital
O seu pai chama-se Lau
Que é morador daqui.
Com isso passamos o tempo
Escrevendo a poesia
Seja com regra ou sem
Sai pelo menos uma por dia
Nós três estamos bem
Qualquer dia em Itanhem
Vamos expor esta porfia.
Fiz-lhe este cordel
Somente para dizer
Que continuo na lida
Sem parar de escrever
Taí alguns ensaios
Feito na rua três de maio
Que eu dou pra você ler.
Obrigado pela atenção
Se gostar pode pedir
Mais para você ler
E também pra corrigir
Se algum erro tiver
Pode pegar no meu pé
O cordel é isso aí!
