Porque em resposta a seu e-mail fiz duas tentativas e ambas foram devolvidas, deixo aqui o respectivo esclarecimento.
Partindo do texto que consultou e suscitou decerto a sua dúvida, a simplicidade da pergunta posta envolveria uma resposta através de um tomo de 200 páginas. No entanto e no ensejo, cinjo-me tão só ao objectivo.
A glosa clássica, a habitual, apresenta cada verso da quadra a figurar no último verso de cada uma das quatro quadras. A quadra, obviamente, pode ser glosada em quintilhas, sextilhas, oitavas e décimas.
Todavia, para maior demonstração na arte de versejar, há quem produza outros efeitos. Por exemplo: da quadra a glosar, o primeiro verso vai para o primeiro da quadra
imediata, o segundo para o segundo, o terceiro para o terceiro e o quarto para o quarto.
Habitualmente a glosa da quadra faz-se em sétimas e décimas, quando o conteúdo solicita grande desenvolvimento.
Conhece decerto, de João Linhares Barbosa, um fado bastante célebre que entre nós, portugas, muito se canta :
É tão bom ser pequenino
Ter mãe, ter pai, ter avós
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós.
Vem cá Josè Manuel
Dás-me a graciosa ideia
De Jesus na Galileia
A traquinar no vergel...
És moreninho de pele
Como era o Deus Menino
Tens o mesmo olhar divino
Ai que saudades eu tenho
De não ser do teu tamanho
É tão bom ser pequenino.