A mansa humildade das ÁGUAS
matando a sede das plantas, dos bichos, das gentes,
a cariciosa suavidade das ÁGUAS
lavando, limpando os corpos, alegrando a vida,
a bondosa beleza das ÁGUAS
cozinhando os nossos alimentos e abençoando
a terra com a dádiva divina das chuvas.
Mas a ingrata estupidez humana polui as ÁGUAS,
atirando-lhes restos, detritos, porcarias,
impedindo-as de correr como o sangue da Terra,
para purificar o solo que é de todos
e garantir a Fartura que DEUS para todos manda.
E então as ÁGUAS, justamente revoltadas,
enlouquecidas com a ação nefasta dos seres humanos,
transbordam rios e lagos, alagam cidades,
inconformadas com a loucura que cria a Miséria
e destroem, e arrasam, e mostram a Dor da NATUREZA,
ofendida, vilipendiada, emporcalhada pelos homens,
que deveriam amá-la, defendê-la, conservá-la.
As ÁGUAS TAMBÉM SENTEM, protestam
e castigam os que as sujam com lixo e imundícies,
esquecidos de todos os benefícios e bondades
com que o Magnífico e onipotente DEUS nos brinda,
pelas mãos benfazejas e amorosas das ÁGUAS.
Olha, animal pensante, bípede que te dizes inteligente
e vê que tu és ÁGUA, líquida e feita desde as tuas raízes
e não podes viver, sobreviver sem essa Irmã amada,
que prendes para apodrecer e apodreces para matar.
Anda, homem mau e pervertido,
pede perdão às ÁGUAS e nunca mais permitas
que as ÁGUAS sequem, desapareçam ou tornem o mundo imundo,
não como nosso Pai o fez, mas como tu o desfizeste
com tua Ignorância, Ambição e Egoísmo,
destruindo as Obras e monstruosamente implantando o inferno,
onde o Creador havia plantado um jardim maravilhoso,
para servir e beneficiar a todas as Suas Creaturas,
pelos séculos dos séculos infinitos, amém.