Saímos, eu e Salete,
pela noite a passear...
bela Lua, empaturrada,
com muito clarão pra dar.
Eu tinha um grande segredo,
e a ela pus-me a contar,
e eis que a querida amiga,
passou a rir sem parar.
Passei a mão nos cabelos
- será que é aqui que ela está,
a causa de tanto riso,
que acabei de provocar?
E ela ria, e tanto ria,
que não podia falar,
e eu ficando aborrecida,
por ela nada explicar.
E aí virei-me pra trás,
querendo pra casa voltar,
e então vi que nos seguiam,
cãezinhos de rabo a abanar.
Grandes, médios, pequeninos,
surgiam de todo lugar.
Dei de rir como a Salete,
sem poder me controlar.
Sentamos ali na calçada,
com eles passando a brincar,
maravilhosos bichinhos,
querendo carinhos ganhar.
E a noite ficou mais bela,
rolando bem devagar,
amigos levados ao colo,
e muita alegria no olhar.
Mas tudo que é bom acaba,
despertador vem lembrar.
-Puxa, Sal, foi só um sonho,
e eu tinha que te contar!
Mas eu sei que a realidade,
não tem hora, nem lugar,
e faço que seja verdade,
pra sempre a me acompanhar...