Vixi, que SUSTO, Airam!
 
Tu me deu foi uma carreira
 
Co’essa história di tá morto
 
Junto d’eu numa carneira
 
Tive morte simulada
 
Só pra ver se eu era amada
 
Foi tudo de brincadeira!
 
 
Mas tu levou tudo a sério
 
E quis me encontrá difunta
 
Pra cumigo prosiá
 
No meu corpo de presunta
 
Airam eu “tô nem aí”
 
Vou cume meu açaí
 
Dispois a gente se assunta!
 
 
Eu nem sei qu’ istória é essa
 
De enciumá o Danié
 
Nunca tive nada co’ele
 
Tu parece o Zé-mané
 
Confundindo o “u” co’a alça
 
Precisa di cumê salsa
 
Tirá a cabeça du pé!
 
 
Mas, amigo, eu nem sabia
 
Desse teu amô por eu
 
Que ultrapassô a fronteira
 
Indo me encontrá no céu
 
Diz qui é amô di Platão
 
Mais forti inté qui trovão
 
O maior sarapatéu...
 
 
Inda bem que foi um sonho
 
Teu pra mi incontrá faceira
 
E foi um papo animado
 
Lá da turma cordeleira
 
A fita foi se passando
 
E nós só ficava olhando
 
Tomando uma saideira...
 
 
Mas a coisa que eu gostei
 
Foi tu adotá minha Drica
 
Menina doce e fiel
 
Ela cum ninguém implica
 
É minina refinada
 
Mas cum luva dá paulada
 
E só dispois é qui explica!
 
 
Airam tu matô saudades
 
Fez meu coração pulsá
 
Com tua lábia baiana
 
Ardida de arrepiá
 
Vai cantando, Airam Ribeiro
 
Com teu verso que é o primeiro
 
Prum difunto s’ ispantá...
 
 
 
***
 
Querido amigo, 
 
 
adorei tua criatividade em cima de “minha morte simulada”... 
 
Eitcha, coisa gostosa que é o desafio: dá-se corda e ele não tem fim!!!!
 
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