Procurei no dialeto
em todo o abecedário
pra juntar combinação
que agora é necessário
pra demonstrar gratidão
pros companheiros, irmãos
neste cordel literário.
Me agarro ao dicionário
ponho em baixo do braço
encilho meu puro sangue
correndo que nem um traço
saio a galope do pampa
determinação na estampa
de fazer, e eu mesmo faço.
Troteei até o espaço
onde o silêncio domina
lá busquei concentração
para, enfim, formar a rima
tirei do bolso a caneta
me inspirei com um cometa
vulgo: estrela vespertina.
A estrela que ilumina
clareia o pensamento
fui seguindo minha viagem
pelo grande firmamento
correndo a todo gás
escrevendo um verso a mais
pra cumprir o meu juramento.
O processo estava lento
tinha menos que dez "verso"
decidi largar a viagem
até o fim do universo
voltei e parei em Plutão
cevei, sim, meu chimarrão
pra ver se me desestresso.
O clima era perverso
porém esfriou a cachola
me encorajou e pra frente
eu toquei de novo a bola
pode até me achar um louco
mas escrevi mais um pouco
e emendei usando cola.
A trote ele decola
passando pelo planeta
dando a volta no horizonte
pra me ver?! Nem de luneta!
Lá tinha mais inspiração
e foi quando pisei chão!
Dei final na minha prancheta.
E esta foi minha vinheta
descrevendo, detalhado
do trabalho pra escrever
quando li, emocionado
o despertar com tremores
dos maiores escritores
dizendo: - Estou inspirado!