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 | Cordel-->CANTO DE GUERRA PELA PAZ -- 20/09/2003 - 18:37 (Benedito Generoso da Costa)  | 
	
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CANTO DE GUERRA PELA PAZ
 
 
Eu vi uma borboleta,
 
Voando de flor em flor,
 
Era linda, toda preta,
 
Cor da noite do poeta,
 
Que sonha com seu amor.
 
 
Avistei uma abelha
 
Numa tarde de calor,
 
Beijando uma flor vermelha,
 
Que irradiava uma centelha
 
Da luz do sol, o fulgor.
 
 
Lá na floresta distante,
 
Um passarinho cantou,
 
Com sua voz tão vibrante,
 
Que entre a amada e o amante
 
O fogo se apagou.
 
 
Eu ouvi um cão latir,
 
Implicando com o gato,
 
Que correu sem lhe pedir
 
Licença para partir
 
Ao encalço de um rato.
 
 
Contemplei uma montanha
 
Fustigada ao relento,
 
Mas sua imponência tamanha
 
Amainava toda a sanha
 
E o forte furor do vento.
 
 
Meu jequitibá amado,
 
Sei que não cresceste em vão,
 
Em teu tronco tens marcado
 
O corte vil do machado,
 
Que feriu meu coração.
 
 
 
Rio profundo e caudaloso,
 
Azuis são tuas águas,
 
Nelas mergulho fogoso
 
E, nadando, tenho o gozo
 
Ao desafogar as mágoas.
 
 
Estrada cheia de curvas,
 
Por onde eu tenho andado,
 
Se de poeira me sujas,
 
Mesmo que pra longe fujas
 
És meu caminho traçado.
 
 
Sobre os ombros sei que tenho
 
De carregar minha cruz,
 
Apresentar-me então venho
 
Para, arqueado sob o lenho,
 
Seguir o Mestre Jesus.
 
 
Ao lado dos excluídos,
 
Vou me alistar para a guerra
 
E unir meu canto aos gemidos
 
Dos que estão proibidos
 
De pisar na própria terra.
 
 
O coro deles engrosso,
 
De esperar não fico exausto,
 
Com eles vencer eu posso,
 
Se nos negam o que é nosso,
 
Resta um novo holocausto.
 
 
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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