Sete estrofes em cordel,
Escritas só em setilha,
São sete abelhas no mel,
Na samora da família,
Da qual sai raínha em véu
Para amargar o fel,
Que se divide em partilha.
Ninguém de nós é uma ilha,
Mas beijaremos o chão
Ante quem quer nossa filha,
Sobretudo se é patrão...
Quem encurralado foi,
Sendo chifrado por boi,
Entrega até o coração.
Minha fé não foi em vão
Desde quando eu nasci,
Eu não creio em zangão,
Pois Deus zangado não vi,
Porém por eu ser cristão,
Dentro de meu coração
Sete flechas eu senti.
Sete mulheres eu vi
Presas em um só casulo,
Brigando por um Saci,
Violadas por um Maculo;
Lutei por elas, venci,
Sete lutas não perdi,
Mas lá outra vez não bulo.
Quem profere termo chulo
E levanta o topete,
Seu mérito será nulo,
No espelho não se reflete,
E mesmo que monte um mulo
Sempre erra o seu pulo
Se com o gato se mete.
Nesta terra se repete
Tudo aquilo que emperra,
Mas um dia se derrete,
Foge, ou então se ferra;
Quem não merece confete,
Come vidro ou gilete
E como cabrito berra.
Este cordel se encerra
Para os bravos e os calmos,
Tão somente Deus não erra
E a ELE cantamos salmos,
Quem morreu venceu a guerra,
Foi sepultado na terra
Debaixo de sete palmos.