Abro a porteira do verso
Na roça do agricultor
Pra que a ave da poesia
Possa externar sua dor
Ao cantar o ingrato lado
Desse homem injustiçado,
Porém, de grande valor.
Mas, todos trabalhadores
Em qualquer atividade
São todos muito importantes
Na vida da humanidade.
Só o trabalho, com certeza,
É a fonte, pois, da riqueza
Nas mãos da sociedade.
Olhem em volta os objetos
Com todos seus agasalhos,
O prédio que lhes abriga,
A roupa que quebra o galho
E vejam, pois, sem pirraça,
Se tudo isso não passa
Pela força-de-trabalho!?
Olhem o relógio no pulso
Ou o calçado aos seus pés,
O robô que está na fábrica
E produz por mais de dez
E reflitam com sentido
Se ele não foi produzido
Pelo homem em seu revés.
O trator que está no campo
Arando a terra arrochada
É também um fruto autêntico
Da mão-de-obra ativada...
E só tem tanto valor
Porque um trabalhador
Fez sua parte sagrada.
Tanto o trator ou robô
Pra que pudesse existir,
O seu minério de ferro
Teve o homem que extrair...
Depois foi pra fundição,
Pra montadora e, então,
Eis pronto pra produzir.
Mas, mesmo assim, só produz
Se tiver um operário
Para apertar um botão
Dando o seu itinerário;
Fazer a reposição
De peça, e a manutenção
Ao completar certo horário.
Então, os trabalhadores,
De qualquer atividade,
São a peça fundamental
Que gera a prosperidade.
Sem seu suor, com certeza,
Não abundaria a riqueza
No seio da sociedade.
Se os trabalhadores, porém,
São de elevados primores,
Há entre eles uma classe
Com bem maiores valores;
Sendo embora sofredora,
É a classe batalhadora
Formada de agricultores.
Sem ela não existiria
Outras classes no planeta.
Não haveria o automóvel,
Nem o caderno ou caneta...
Nem a mansão ou cortiço,
Nem a prestação de serviço,
Nem o futebol ou a retreta.
Ninguém consegue viver
Sem qualquer alimentação,
O estômago sem alimento
Não pode dar produção.
Por isso, tem mais valor
Aquele trabalhador
Que tudo produz do chão.
Pelo visto o agricultor
É o carro da economia,
É a base que sustenta
A prática do dia-a-dia.
Não só produz seu alimento,
Mas, o excedente, o fomento,
Que engrandece a parceria.
Porém, se os agricultores
São uma peça importante
Porque eles são excluídos
Das metas de um governante!?...
Por que são discriminados,
Repelidos, massacrados
Pelo poder dominante!?
Certamente, é porque eles
Nunca quiseram aprender
Muitas coisas importantes
Das cartilhas do ABC
Que tem por maior lição
Uma boa organização
Que todo grupo há de ter.
Vivemos em um país
Que tem na democracia
O respeito às decisões
Que partem da maioria.
Mas, vemos, infelizmente,
Na prática, atender somente
Os pleitos da minoria.
Na democracia existente
Dita as ordens a minoria
Porque ela é organizada
E atenta está todo dia.
Se algum ato, a contra-feito,
Vem de encontro ao seu pleito
Não passa pela franquia.
Com o voto das maiorias
Ela elege seus deputados,
Prefeitos e governantes
Da nação e dos Estados
Daí passa a controlar
A ação do parlamentar
Que sempre está do seu lado.
Por isso, os trabalhadores
Que cuidam da produção
Do alimento que garante
O progresso da nação
Deve se conscientizar,
Se unir e se organizar
Pra se livrar do grilhão.
Para se conscientizar
Precisam os trabalhadores
Discutir melhor o mundo,
Descobrir os seus valores
E debater com mais lida
Toda injustiça incontida
No seu rosário de dores.
Devem os trabalhadores
Ter a conscientização
De que não são só importantes
Quando cuidam da plantação,
Mas, também, pagando imposto
Quando adquirem no posto
A roupa, a enxada, o sabão.
Sabem da verba chamada
Fundo de participação?...
Ela vem pelo tamanho
De uma população.
Deve a sua utilidade
Ser do homem da cidade
E daquele da plantação.
Mas, por falta de ciência
Como a da organização,
A injustiça que começa
Por uma administração,
Passando sem ser notada,
Não é ela contestada,
Não há qualquer reação.
Por isso, trabalhadores
E hora da luta unida,
Da luta conscientizada,
Organizada, aguerrida
Para espaços conquistar
Devendo, assim, melhorar
Suas condições de vida.
SEM CONSCIENTIZAÇÃO
A LUTA SERÁ EM VÃO!!!
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