FOGO PEITO A PEITO

D aço que fosse meu peito
ou até nem fosse nada
a lança fera lançada
apanhou-me todo a eito
lés a lés e num trejeito
vi minh alma decepada.
Meu corpo largou a espada
e pelo sonho desfeito
deslizou até ao leito
da náusea desesperada
morte viva ensanguentada
de pena e de despeito.
A raiva tomou-me a jeito
numa carícia soprada
sacudiu-me delicada
e num abraço estreito
alentou-me o dom perfeito
pra reagir à embuscada.
Em fé retomei a espada
e a lança do preconceito
pela revolta em preceito
numa volta relançada
impeli-a em dobrada
força de irado proveito.
Supremo guerreiro eleito
de minh alma desolada
a glória assolapada
entre as sombras do pleito
arruma agora o defeito
sob a noite iluminada.
Postos em cena tomada
pelos assombros do feito
orgulhosos do efeito
na plateia assombrada
entre enorme pateada...
Fomos fogo peito a peito!
Torre da Guia