Ontem Malthus advertia
Da população que crescia
Sempre e veloz como o vento,
Ultrapassando, folgado,
O maior índice registrado
Na produção de alimento.
Prevendo o caos, via então
Crescer a população
Na proporção geométrica...
E a produção de alimento
Vinha com seu crescimento
A uma taxa aritmética.
Ante esse mal, defendia,
Insensato, a epidemia,
Os genocídios, as guerras...
Para que a mortalidade
Pusesse a humanidade
Em equilíbrio com a terra.
Passaram-se duzentos anos,
Mas,só governos insanos
No poder permaneceram!
É grande a fome do povo...
E para aumentar o estorvo
O latifúndio acolheram.
Não há estepe ou vulcão,
Tempestade, furacão
Ou mesmo qualquer deserto.
A terra é boa e abundante,
Nasce tudo verdejante
Em se plantando, decerto.
Nas condições desiguais
Se produz de tudo e mais
Quem à terra tem acesso.
Esse país altaneiro
Bem que pode ser o celeiro
E o socorro do universo.
Mas, elites dominantes
Nos problemas agravantes
Têm a chave do poder.
E com a miséria e avareza
Fazem com que a pobreza
Venha aos seus pés se render.
Quando mantém o poder
Do povo a fome...isso é ter
O voto preso à barriga .
Só quem é independente
De favor, e é consciente,
Reclama, protesta, briga
O povo, na inconsciência
Política e na dependência,
Dos governos nada cobra!
Seu destino está traçado!...
Será, sempre, um explorado!...
Sempre massa de manobra!
Eu sinto revolta e mágoa
Ao ver tanta terra (e água)
Ociosa e desperdiçada...
Quando, paralelamente,
Há um grande contingente
De mão-de-obra parada!
São miseráveis...cruéis ...
Os que governam ao revés
Dos anseios da maioria.
Elite, fria, insensata
Ao pão que na mesa falta
Pra‘s famílias , todo dia.
Já não é coisa tão singela
Ter que viver na favela
Esquecida , sem poder...
E pra maior desencanto
Ter que engolir o pranto
De um mesa sem comer.
Pra nossa maior tristeza
Tá repleta a natureza
Dos canaãs mais viáveis.
A geografia é quem diz
Que somos o maior país
Em terras agricultáveis