-Uai!
Pruquê será que Manezin se mandô e num qué mai vortá?
Será quêle virô Pastô da Ingreja Universá?
-Que nada, tchê!
A essas horas Manezim deve estar de braços dados com uma loiraça, lá pelas bandas do Planalto Central.
PEDIDO A MANEZINHO DE ICÓ
Manezinho de Icó,
Onde foi que se escondeu?!
Dos colegas se esqueceu,
E aqui me apresento só
Para desatar um nó,
Cujo laço é de saudade
Em razão duma amizade
Que um dia a sorte selou,
Porém você se afastou,
Talvez por necessidade.
É com generosidade
Que o convido a voltar,
Sem no entanto forçar,
Por isso fique à vontade,
Pois responsabilidade
O amigo tem bastante,
Ocupa um cargo importante
Como Agente do Estado
E quiçá esteja ocupado
Num trabalho estafante.
Um cordelista brilhante,
Que sabe dar seu recado,
Sempre será esperado,
Então volte triunfante;
O seu passado é marcante
Por tudo quanto escreveu,
Ensinou e aprendeu;
Sem dúvida é grande mestre
Que orgulha o Nordeste
E quem mais o conheceu.
Aceite um pedido meu:
Volte a cordelar na Usina,
Onde há tanta gente fina
Que também me acolheu,
Mas antes reconheceu
O valor que você tem;
Os seus fãs o querem bem,
Retorne então sem receio,
Venha com todo floreio
Versejar como ninguém.
Quem tem fama se mantém
Com os louros já colhidos;
Sendo um autor dos mais lidos,
Por escrever muito bem,
Não pode agir com desdém
Em relação aos leitores,
Os quais sabem dos valores
Que como escritor ostenta,
Por isso quando se ausenta
Deixa um vazio sem cores.
Você não deve favores
Nem nada a quem quer que seja,
É pessoa benfazeja,
Que só merece louvores
De todos os escritores
Que atuam na Usina,
Mas nem sequer imagina
O quanto é respeitado,
Aplaudido e admirado
Até por nossa heroína.