NEM LULA, NEM CIRO
(por Domingos Oliveira Medeiros)
O voto não vale nada
Não se brinca com eleição
Achando que o nosso problema
É de fácil solução
Não basta ser bem educado
Não basta ser engomado
Precisa de muita visão
Não basta ficar sentado
Atrás da televisão
Dizendo coisa sem nexo
Usando só a emoção
É preciso mais que isso
É preciso o compromisso
Compromisso com a razão
Conhecer vários caminhos
Que possam trazer solução
Explicando os recursos
Investir na educação
Não adianta a bobagem
De que fez muita viagem
E que conhece a nação
Não basta o olho no olho
Ninguém aqui é oculista
Não basta chorar em público
É coisa de oportunista
Não basta andar de terno
E ser simples subalterno
De qualquer nome da lista
Não basta andar cheiroso
Como o filho do barbeiro
Não basta usar a gravata
Quase sempre, o dia inteiro
Não basta ser evasivo
E nem muito compulsivo
Sendo o segundo ou primeiro
Não basta que o seu vice
Tenha ficado honrado
Com o voto do presidente
De ser por ele apoiado
O Lula já é conhecido
Por muito já ter perdido
Já tem vice acumulado
Por isso a tese eu defendo
A tese do mais preparado
A tese do risco-Brasil
Risco que será riscado
Com a força da razão
De quem conhece a questão
E é o mais dedicado
Basta ouvir o discurso
A diferença é gritante
O Ciro é mais coerente
O Lula é mais elegante
O Ciro arregaça a camisa
É firme por onde pisa
O Lula só é falante
O Ciro é mais consistente
Tem bastante experiência
O Brasil não é São Paulo
Tenha a santa paciência
Que acumula problema
Esse é o grande dilema
Não se resolve a pendência
Por isso é fácil saber
Quem vai ganhar a parada
Nem o Lula e nem o Ciro
A confusão tá formada
Mas é simples de entender
Nada vai surpreender
A coisa já está traçada
Haverá segundo turno
No primeiro não se ganha
E o pleito segue em frente
No segundo sem barganha
A coisa fica evidente
O Ciro será presidente
E o Lula de novo apanha
Assim conforme foi dito
Na tese que foi levantada
Nem Lula será presidente
Nem Ciro perde a parada
O Lula é vice de novo
O Ciro o eleito do povo
E a eleição consumada