Se tem do "Crioulo doido",
tem, também, de Zé Limeira,
e, ainda, de Rocha Ramos,
que foi Rei da Baboseira
(a dita trova-escabrosa),
dessa linguagem de feira...
Um verso espirituoso,
mesmo com duplo sentido
de caráter sensual
é, por quem lê, entendido;
e até provoca riso,
sem nos deixar ofendido.
Usar-se palavra chula
chega a ser apelação
de quem quer ser diferente
para chamar atenção,
pois, fim justifica meio
na falta de educação.
Não é caso de liberdade
de se escrever o que quer,
porém, questão de bom senso,
que uma conduta requer
de elegância e de equilíbrio,
mormente de uma mulher.
Pois, sem querer ser sensor;
talvez, por ter mais idade,
acho melhor ter pudor
o artista de verdade,
porquanto não há poesia
com tanta banalidade.
Bocage e Gregório Matos
tiveram arrependimento
de versos de baixo nível
feitos em infeliz momento,
que se tornaram em senões
de dois vates de talento!