Num pé de juá trepado
O Fernando Tanajura
E outra grande figura
Sério, bem do seu lado
Era o Lumonê calado
Com Fernando falador
Zé ferro o encantador
Encantava um ofídio
Perto de mestre Egídio
Que Esperava o metrô.
Milene mandou abraço
Ao pessoal da marinha
Queria ser a madrinha
Até do rei do cangaço
Logo acertou o passo
Na dança da internet
Desafiou pra enquête
Numa partida de truco
Logo pegou o trabuco
E afiou seu canivete.
O encontro de três rios
Amazonas e Jaguaribe
Discutindo sobre o pib
Coadinho e seus fios
Os sete eram dois trios
Animando três forró
Com manezinho de icó
Na festa da capital
Foram em traje social
Na casa de Jorge Filó.
Zé limeira era frade
Na igreja de são bento
Andava só de jumento
Por toda comunidade
Com Athos pela cidade
Falando sobre política
Era linguagem mística
Obstruindo a esquina
Domingos e Georgina
Fizeram a estatística.
Convocada a seleção
Por Rubenio Marcelo
A beira mar ou martelo
Ficou na indecisão
Entre cabo e capitão
Zé Limeira tinha ido
Naquele jogo sofrido
Com Homero e Dante
O cavalheiro andante
Antes do acontecido.
Passeando de charrete
Ia Almir Alves filho
Repetiu um estribilho
Com a amiga chacrete
Parou e comprou gilete
Para tosquiar a ovelha
Só tinha uma vermelha
François pecori massa
Que arrumava na praça
A grande pilha de telha.
Manoel Antonio Bomfim
Um dia queimou a língua
Passava os dias a mingua
Com turbante de cetim
Dom kless mais Zé pretim
Só comiam caranguejo
Tomando chá de poejo
Pagavam uma promessa
Lendo o Orígenes Lessa
Comiam doce e queijo.
Jorge Ribeiro Sales
Vagava pelas estepes
Caçava uns serelepes
Com o bando de lampião
E padre Cícero Romão
Naquele calor danado
O bando foi dispensado
Pra visitar umas quengas
Só tinha caras molengas
Dois frescos e um capado.
Tava Daniel Fiúza
Visitando o Tibet
Ali chovia confete
Era uma neve confusa
Na tempestade obtusa
O Gengis-Kan encontrou
O seu bigode cortou
E pôs a venda na feira
Na cidade brasileira
Assim o seu pai falou.
Airam Ribeiro o mestre
Trabalhava no Campo
Não tinha no pé o tampo
Andava pelo nordeste
Para acabar com a peste
Que infestava o cafezal
Airam até passou mal
De comer ciriguelas
Ali acendeu três velas
Pru finado Lourival.
Uma carrada de milho
Ele levou num camelo
Deixou crescer o cabelo
João Rodrigues b. Filho
Com o carro no trilho
Indo para Borborema
Foi montar um cinema
E depois se aposentar
Se mandou pro Canadá
E casou com a Iracema.
Caçando na Amazônia
Roberto de lima e Sousa
Queria caçar raposa
Viu a macaca risonha
Oferecendo pamonha
Para o piolho chato
Achou o maior barato
Uma cobra gigante
Comendo um elefante
Escondida no mato.
Até Diógenes pereira
Andando pelo sertão
Dirigia um caminhão
Vendia feijão na feira
Junto com Zé Limeira
Virava um cantador
Cantava versos de amor
Na maior filotrompia
Fazendo à alegoria
Causando certo furor.
Zé limeira o irrealista
Olhou com satisfação
Seu absurdo em ação
Para todo cordelista
Imitando esse artista
E divulgando no usina
Lotado de gente fina
Promovendo os cordéis
Ganhando uma nota dez
Na arte que ele ensina.
Cordel dedicado ao grande Zé Limeira. O poeta metafísico. E a esses grandes cordelistas que abrilhantam o usina de letras.